NOSSA SEGUNDA VOGAL: Ê ou É?

 

Qual a pronúncia correta da nossa segunda vogal, “Ê” ou “É”? Desde os dias da 5ª série, em que discuti com meu professor de educação física, tenho convivido com esse problema da nossa segunda vogal. Mas acho que ainda não perdi a guerra. A pronúncia ainda é aberta.

Achei horrível quando ouvi meu professor dizer “quinta série ê”. E quando eu disse pertencer à “quinta série é”, ele quis corrigir-me, dizendo que eu estava pronunciando errado. Eu prometi provar-lhe e mostrei o único dicionário que eu tinha, do Instituto Universal Brasileiro, que mostrava a pronuncia da nossa segunda vogal aberta: “É”. Nem por isso ele deixou de continuar insistindo que o certo seria “ê”.

Examinei vários dicionários, entre eles o famoso Aurélio, todos eles informando que a pronúncia é aberta. Todavia, sempre ouvia esse som desagradável quando assistindo TV, exemplo o “Taf-Man-E”, que os trapalhões divulgavam dizendo “Taf-Man-Ê”.

Observando professores com essa pronúncia fechada, como uma que dizia “ácido nuclêico”, e a mídia televisiva, verifiquei que esse fechamento da pronúncia é uma tendência paulista. E até muitas palavras que no passado tinham pronúncia aberta passaram a ser ditas de forma fechada. Recentemente, uma nova edição do Aurélio registrou: “e (é ou ê). S. m. 1. A 5ª letra do nosso alfabeto. [Representa a vogal anterior média aberta, como em dez, erro (do verbo errar), este (‘ponto cardeal’), quero, pé, ou a vogal anterior média fechada, como em erro (subst.), este (pron.)” Mais abaixo, “e (I ou ê).” Concluí que essa nova edição apresentou apenas os sons que a letra tem nas palavras, não como ela é pronunciada simplesmente como a segunda vogal. Procurei o dicionário Michaelis, e este informa bem claramente o nome da letra: “e (é) S. M. Quinta letra e segunda vogal do alfabeto português.”

Conclusão: O correto nome da letra é com pronúncia aberta: “É”. Mas, como a evolução da língua é a superação do certo pelo errado quando a maioria da população o adota, e como o país inteiro ouve muito mais de São Paulo do que de qualquer outro Estado pelo rádio e pela TV, um dia essa pronuncia fechada poderá ser a oficial. Mas por enquanto, não procure “vitamina Ê”, porque ela ainda não existe.

Tenho o aval também do professor Cláudio Moreno, que informa:
"Quanto aos nomes das letras do alfabeto, Selma, são eles os seguintes: á, bê, cê, dê, é, efe, gê, agá, i, jota, cá, ele, eme, ene, ó, pê, quê, erre, esse, tê, u, vê, dáblio, xis, ípsilon, zé (aconselho a ler também o que escrevi em o nome do "y" e do "w"). Tu podes ver alguns deles em á-bê-cê, á-é-i-ó-u, bê-á-bá, cê-cedilha, régua-tê" (Sua Língua).

 

Veja cópia do Michaelis:


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