TRÊS VÍTIMAS DAS DROGAS

 

As três pessoas mencionadas abaixo são apenas três exemplos dos milhares de casos que ocorrem sempre por aí pelo uso das substâncias que muitos estão querendo convencer o mundo de que não são um grande problema.


"Cristiane Gaidies, conhecida pelo apelido de “Maçãzinha”, era uma jovem de cabelos cor de mel, olhos expressivos e sorriso claro. Filha de uma psicóloga e um dentista, dormia até os 18 anos abraçada ao ursinho de pelúcia. Como tantas jovens de sua idade, gostava de ir a shopping centers, festas e shows de rock. Aos 19 anos, abandona os amigos e envolve-se com maconha e crack. A família tenta de tudo: diálogos, terapeutas, psiquiatras, mudanças, internação numa clínica especializada.

"Ela sumia de casa, ficava vagando pelas ruas fumando crack e depois reaparecia parecendo uma mendiga”, lembra a mãe. A ex-estudante de classe média torna-se aos 20 anos uma andarilha das ruas de São Paulo, uma nômade urbana, praticante de pequenos furtos para alimentar seu vício. Uma noite, tenta roubar um toca-fitas, exigido por um traficante que a abastece. É o preço da droga. O dono do veículo, um jovem empresário, presencia a cena, e do alto do seu apartamento no 12º andar dispara contra o estacionamento do prédio com o objetivo de afugentar os ladrões. O tiro, que era para ser de advertência, atinge em cheio a frágil jovem pelas costas. Ela ainda se arrasta por 30 metros antes de cair sem vida no asfalto manchado de vermelho. No bolso traseiro de sua calça levava um cachimbo de crack, feito de uma tampa de tubo de pasta de dente e uma antena oca de rádio de carro. A outrora adolescente de cabelos cor de mel, olhos expressivos e sorriso claro passou seus últimos dias num casarão abandonado, sujo e úmido, em companhia de prostitutas, travestis, mendigos e viciados.

Desde muito jovem Nelson dal Poggetto sabia o que era sofrer. Ao 12 anos começou sua aflitiva jornada pelo mundo das drogas, iniciando com álcool e maconha, para em seguida passar para cocaína e crack. Internado duas vezes, volta a fumar o cachimbinho de crack pouco tempo depois de receber alta. Durante as recaídas, troca celular e outros pertences por droga, mergulhando num ciclo de depressão e arrependimento. Aos 19 anos, antes de cometer suicídio, deixa um bilhete de despedida para a família: “Amei muito vocês e vou tranquilo. Isso vai ser um alívio”.
 

 

 



Adriana de Oliveira era uma garota linda e cheia de sonhos, tida por todos que a conheciam como uma pessoa meiga, doce, brincalhona e amante da vida. Era boa aluna na escola, e tocava piano. A jovem de 20 anos, de olhos azulados, pele morena e cabelos escorridos pelos ombros iniciava uma promissora carreira como modelo. Parecia ser uma dessas pessoas abençoadas, para quem nada dá errado na vida.

No entanto, a vida de Adriana toma um outro rumo após o namorado, um rapaz que cursa o 3º ano de direito e filho de um bem-sucedido advogado, a apresentar ao mundo das drogas.

Quão tênue e vulnerável é a linha que separa a experimentação e o uso recreativo do risco potencial que as drogas representam. Durante uma festa numa chácara, Adriana passa mal, sente dificuldades para respirar e apresenta um quadro convulsivo. Ao ser transportada para o pronto-socorro já é tarde demais. Mais uma precoce partida, aos 20 anos. Mais uma história interrompida pelo álcool, pela maconha e cocaína.

Diante das histórias de Adriana, Nelson, Cristiane e de tantos outros jovens, talvez seja hora de refletirmos sobre os valores que norteiam a nossa sociedade. Uma sociedade de consumo voraz, que transformou a busca do prazer imediato e da satisfação numa condição existencial essencial. Jovens desorientados, que buscam nos prazeres ilusórios uma forma de se libertar do peso de uma sociedade que desumanizou o homem e humanizou o dinheiro e os bens materiais. Tristes retratos do fracasso dos laços de sociabilidade familiar e comunitária. O desamor e o não-reconhecimento afetivo servindo de pilares para uma vivência vazia.

http://guerreiradaluz-metamorfosedalma.blogspot.com/2011/06/drogas-uma-guerra-perdida.html

 

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