O PECADO DE ADÃO
(José Boy de Vasconcellos – dez/2008.)
 

Lenda – narrativa ou crendice acerca de seres maravilhosos e encantatórios, de origem humana ou não, existente no imaginário popular, frequentemente explicando fenômenos da natureza” (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa - 1ª Edição)

A lenda do fruto proibido deglutido por Adão, quando inocente, despreocupado e feliz, habitava o hipotético Jardim do Éden, não passa de uma fábula mítica e burlesca, segundo a qual do ato praticado pelo primeiro homem teria resultado na contaminação de todos os seres humanos do terrível “pecado original”. A historieta foi plagiada e adaptada pelos judeus, da mitologia de outros povos da antiguidade. O ato do Adão teria trazido, além do ficto e injusto pecado original, outras supostas conseqüências funestas, ruinosas e até desastrosas para todos os descendentes do imaginário primeiro casal (e também para a pobre e falante serpente e filhos desta, devido à maldição constante de gênesis 03: 14). O relato é pueril, e lêdo, sem dúvida, criado pela fértil imaginação do homem primitivo, na tentativa simplista e simplória de explicar a origem dos seres humanos.

O incauto e desprevenido Adão, comeu o fruto da árvore da ciência do bem e do mal instigado por sua mulher Eva, esta que já teria se tornado pervertida e enganada pela maldade de uma cobra, que conversava e se ocupava de fazer intrigas, futricas e fofocas. Mas o cometimento teve, como terribilíssimo resultado, a ficção de que todos nós, quando nascemos, já somos portadores do pecado original e, por via de conseqüência, destituídos da glória de Deus e destinados a sofrer as agruras, dores e percalços da vida, obrigados a trabalhar, para comer o pão “que o diabo amassou com o rabo” e destinados queimar eternamente nos tanques fervilhantes e fumegantes, nas caldeiras e fornalhas abrazadoras e dantescas do inferno, se não aceitarmos, como inconcussa e inquestionável verdade, este autêntico “conto da carochinha”, que reclamou o sacrifício de Jesus, o Cristo, no qual devemos também crer, para nos salvar da maldição eterna.

A imaginária desobediência do Adão, de tão malévolos resultados, para toda raça humana, segundo o plano de Deus, só poderia ser reparada com o suposto e mítico sacrifício de Jesus Cristo, encarnação do próprio Deus (Eu e o Pai somos um – Evangelhos), que morreu na cruz, para redimir a humanidade das terríveis conseqüências derivadas do terrificante pecado original e de outros pecados praticados pelo homem, todos resultantes da própria maldição divina, proferida logo depois da deglutição da fruta. Cristo veio para salvar todos os homens das conseqüências, do pecado de Adão.

Eis aí enredo de toda a história, o arrimo e base, a pedra angular da religião cristã. Se alguém não crê ou duvida dos burlescos acontecimentos narrados lenda que tornou o homem pecador, perverso criminoso, assassino e mau, por via de conseqüência, também não deixa de crer no imaginário sacrifício de Jesus Cristo, pois este teria a finalidade de redimir e salvar a humanidade dos efeitos danosos do hipotético ato de Adão. O homem só se tornou perverso, pérfido, mau, criminoso, devido Adão ter sido expulso do Éden, porque comeu uma fruta, donde veio a maldição proferida pelo Deus-Judáico-Cristão. Se não tivesse comido o fruto proibido, Adão e sua mulher (e seus descendentes) permaneceriam felizes, inocentes e imaculados, a terra seria um paraíso, o que tornaria dispensável a morte redentora de Jesus Cristo, que, logicamente, se reveste de caráter lendário e imaginário.

Claro, como o sol meridiano, que tudo isto não passa de uma ficção, uma novela mal engendrada, uma história inusitada e repleta de falhas.

Se a história do fruto proibido não passa de uma mentira, também mentiroso é o suposto sacrifício vicário de Jesus Cristo.

Mas continuemos para destacar que não era uma só árvore que produzia frutos proibidos. Eram duas, miraculosas e maravilhosas árvores (gênesis 2,9 e 17), a primeira, plantada no meio do jardim, era a da vida. Se deglutido o seu fruto pelo Adão este teria vida eterna ( Gen. 3:22) e a segunda a árvore do conhecimento do bem e do mal. E foi do fruto, produzido por esta última, que o desobediente Adão terminou por comer (gênesis 3:6).

E daí advieram, como foi remarcado, todos os infortúnios, maldições, tragédias e desgraças humanas, mas Adão e Eva não morreram, naquele mesmo infausto dia, como ameaçara o Deus-Yavé (gênesis, 2:17). A serpente é que tinha razão ao dizer: “e certamente não morrereis” (gênesis, 3:4). O casal perdeu sua inocência (gên 3:70), porém, viveu muitíssimos anos, gerou filhos e Caim, depois da fuga para a terra de Node, arranjou mulher e até construiu uma cidade, no curto interregno de uma geração (gên. 4 : 17).( Mirabile dictum! )

As “sagradas escrituras” afirmam que Deus passeava pelo jardim, e como Adão e Eva se esconderam Jeová “desconfiou” da atitude deles e chegou à forçosa conclusão de que eles tinham comido do fruto proibido. Depois de chamar o Adão, passou a conversar com os dois, ouvindo a confissão e as justificativas de ambos (gên: 3: 8-13), para, em seguida, num assomo de ira e acesso de fúria, com o acontecido, proferir tremenda maldição contra a serpente fofoqueira (que deveria estar presente por ali ouvindo toda a conversa - gên.: 3:14-15 - e deve ter entendido tudo!!!. Ato seguido, Deus, possesso de raiva, amaldiçoou Eva, sem dó nem piedade, multiplicando o seu sofrimento até por ocasião do parto dos seus filhos, com indizíveis dores, colocando-a em inferioridade em relação ao seu marido, ao qual deveria ser perpetuamente submissa (gên.: 3:16). Finalmente proferiu maldições contra o Adão, expulsando-o do paraíso, não se esquecendo de amaldiçoar, vejam bem, o próprio planeta terra que passou a produzir espinhos, abrolhos e cardos (gen. 3:17-19). Até a terra foi amaldiçoada!. Será que foi daí que passaram a acontecer os terremotos, vulcões, raios, procelas, ondas gigantes, tufões, tornados, furacões etc., que mataram e vêem matando milhares e milhares de inocentes?

O severo Deus-Judaico-Cristão, no entanto, ficou atemorizado e com bastante medo de que pudesse Adão entrar no jardim e comer o fruto da árvore da vida, passando a viver eternamente, motivo pelo qual tomou a prudente cautela de colocar querubins, munidos de refulgentes espadas, para guardar o caminho da árvore da vida (Gên., 3: 24).

Qualquer pessoa, que não tiver mente escravizada e oprimida pela religião, livre do medo, com coragem de libertar-se de peias preconceituosas e juízos antecipados, sem interesses materiais ou sociais, liberta da lavagem mental feita, desde a infância, pelos próprios pais, educadores e por outros interessados, como padres, tartufos, pastores, apóstolos e missionários etc., percebe, sem qualquer réstia dúvida ou dificuldade, a fantasia a flagrante inverdade deste autêntico “conto do vigário”.

A historieta é tão infantil, que tem servido de motivo até para chacota, chocarrice e galhofa, como se vê do cancioneiro popular, que criou esta jocosa música:

* A história da maçã é pura fantasia,
Maçã igual aquela
O papai também comia.

E continua a musiqueta a fazer chocarrice e gozação,

Eu li num almanaque
Que num dia de manhã
O Adão estava com fome
E comeu a tal maçã.
Comeu com casca e tudo
Não deixando nem semente
E depois jogou a culpa
Na pobre da serpente.

A musiqueta parece insinuar que o pecado do Adão não foi o de comer nenhuma fruta, mas de ter mantido relações sexuais com a Eva. Alguns até querem que realmente seja o pecado do casal primitivo o de ter praticado a cópula. A Igreja Católica tem uma reza, que diz: Oh, Maria concebida sem pecado original.... Com esta prece, a Igreja deixa a entender que o pecado original, tenha sido relação sexual do primitivo casal, visto que se Maria foi concebida sem pecado original ou se engravidara sem o gameta masculino, logo, não teve relação sexual com homem, donde se conclui que a Igreja Católica ludibria os seus praticantes, incutindo-lhes que o pecado original praticado por Adão e Eva foi mesmo a conjunção canal.

Todavia, assim não parece ser, porque a Eva comeu primeiro o fruto, e só depois o deu ao marido e este comeu (gên. 3:6). As árvores eram duas, como foi assinalado, a da vida eterna e a do conhecimento do bem e do mal. Havia duas espécies de frutos proibidos. Ademais, em gênesis 1:28, disse Jeová: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a...Se o Deus-judaico-cristão determinou que o Adão e sua mulher crescessem e se multiplicassem, mesmo antes de comerem a fruta, não seria o ato sexual motivo da proibição, como querem alguns. Se a Eva era o próprio fruto proibido, com quem o Adão iria manter relações sexuais para que pudesse ter descendência e encher a terra?

É bem de ver, que Deus, dando ao homem a ordem de crescer e multiplicar, liberou-o a praticassem relações sexuais com sua mulher. Da ordem divina, determinando que homem frutificasse e enchesse a terra, pode-se até chegar à ilação de que onisciente Jeová não desejava mesmo que Adão e Eva permanecessem gozando, ad perpetuam, das delícias do paraíso, como irmãos inocentes. O destino do casal era ser expulso desde que foi criado, para que o casal pudesse reproduzir e encher toda a terra, porém, com muito sofrimento.

Deixando de lado, a incongruente e contraditória estória da própria criação do homem e da mulher, que teriam sido criados ao mesmo tempo, simultaneamente, depois da criação dos animais, consoante narra gên. 1: 26-27, em evidente choque com a narrativa do segundo capítulo, que aduz que primeiro Deus criou o Adão (gên. 2 : 7) depois formou o jardim do Eden e os animais, aos quais o Adão encontrou vagar e tempo, para lhes dar nomes (gên.: 19-20) só criando a Eva, mais tarde, de uma costela do Adão para ser uma simples e obediente adjutora do marido (gên. 2 :18-22 e 3 : 16)- o imblóglio é completo e estrepitoso. Porém é ponto frio, entre os teólogos de nomeada e íntimos da matéria, que Pentateuco, (os cinco primeiros livros da bíblia), não foi escrito pelo mitológico Moisés, mas por diversas pessoas (escribas), muitos séculos depois, provavelmente na época do drástico rei Josias, que tinha a ambição e pretensão de unificar e libertar o povo de Israel do domínio assírio, uma vez que as dez tribos israelita do norte estavam sob o cativeiro da Assíria e o próprio reino de Judá ainda existia, porque pagava aos assírios pesado tributo.

O Pentateuco é bem mais recente do que se poderia imaginar. Obra dos sacerdotes judeus, (após o domínio assírio), que plagiaram e coletaram não apenas as lendas antigas, mas também outros episódios mitológicos de outros povos, copiando, quase servilmente a draconiana legislação de Hamurabi (Olho por olho, dente por dente....). Vejamos:

A estória do pecado de Adão que, como já foi assinalado a linhas volvidas, foi uma grande invencionice, não dos judeus, mas um plágio da história da criação do mundo dos persas, seguidores de Zoroastro e outros povos, que, muito antes de ser escrito o livro de Gênesis, já haviam inventado a fábula do primeiro homem e da primeira mulher, que viviam felizes em um paraíso, e também foram tentados por uma cobra falante.

Diz lenda persa, que Ormuzd, deus do bem, criou a terra e o universo, tendo formado o primeiro homem que foi chamado de Meshiahé e a primeira mulher chamada Meshia, com destino de viverem felizes e despreocupados milhares de anos, só depois morrendo. Mas a perene felicidade do casal estava condicionada à adoração constante a Ormuzd devendo o casal não tocar na árvore sagrada do conhecimento.

Mas, um dia, o ardiloso Arimã, deus do mal e senhor das trevas, apareceu sob o disfarce de uma serpente, enganou a mulher Meshia convencendo-a de que se comesse da fruta proibida, se tornaria Deus. Então Meshia convenceu MESHIAHÉ a comer do fruto proibido, e os dois comeram. Em conseqüência da desobediência de Mishiahé e Meshia, o deus criador supremo Ormuzd condenou os descendentes do casal a ter que trabalhar para poder viver, a mulher a parir os filhos com muita dor, e a terem uma vida curta, cheia de sofrimento.

Observa-se, sem qualquer esforço, que a lenda da criação do homem e do pecado de Adão e Eva é plágio da antiqüíssima lenda persa de Meshiahé e Meshia, com enredo de fruto proibido, serpente e tudo mais. Mas parece que os escribas e sacerdotes judeus não deixaram de se inspirar também em outras lendas muitíssimo antigas, de outros povos.

A antiqüíssima lenda hindu, também pode ter servido base aos autores do gênesis, usando nomes bem aproximados, com jardim, desobediência e todo o enredo bíblico. O hinduismo fala na redenção do pecado, quando o deus supremo Bhrama, fez encarnar o seu filho Vishnu, nascido de uma mulher virgem para salvar a humanidade. Eis o que diz a lenda:

O Deus-Bhama, também denominado Devas, teria criado o homem e a mulher, fazendo-os apenas inferiores a Ele Devas,. O primeiro homem recebeu o nome de Adima ou Adam, e a primeira mulher, Heva, significando o complemento da vida. Foram postos no paraíso celeste e receberam ordem de procriar. Deveriam adorar a Deus-Bhrama, não podendo sair do paraíso. Mas, um dia, indo ver o que havia fora paraíso, desapareceram. Bhrama perdoou-os, mas expulsou-os do paraíso, condenando-os a trabalhar para viver. E disse que, por haverem desobedecido, a terra tornar-se-ia má, porque o espírito do mal dela se apoderara. Entretanto, mais tarde, mandou seu filho Vishnu, que se encarnou, nascendo de uma virgem, morrendo e ressuscitando, para redimir a humanidade libertando-a definitivamente do pecado da desobediência.

Os judeus, que tiveram contado com outros povos, principalmente na época do cativeiro, aproveitaram as lendas e tradições de antigos povos, para, posteriormente, compor o Livro de Gênesis.

Desacreditada a estória da criação do homem e do jardim edênico. Mas vamos prosseguir para ver outros aspectos absurdos.

Um grande rio que saía do Éden se dividia, em quatro outros rios, quais: Pisom, Giom, Tigre e Eufrates (gên.:2 :10-14). A nascente destes rios seria a mesma e estava dentro do jardim. Hoje se sabe as nascentes dos rios Tigre e Eufrates estão localizadas em locais muito diferentes, formando, entre eles, a chamada mesopotâmia. Como explicar este qui pro quo geográfico?

Pela descrição e indicações bíblicas, o Jardim do Éden estaria situado em terras hoje pertencentes ao Iraque, país destroçado pela guerra. Mas o Deus-Yavé, um deus privativo dos Judeus, e que depois adotado pelos cristãos, após a queda de Adão, colocou querubins na parte oriental do jardim, com espadas refulgentes, para evitar que o homem Adão entrasse no Éden e comesse da árvore da vida e vivesse eternamente ( gên.:3 :24). Estes querubins não estão lá até hoje, como deveriam estar, pois os descendentes de Adão, hoje muito mais sabidinhos, poderiam invadir o paraíso e comer do fruto da árvore da vida eterna. Ou o maravilhoso jardim foi destruído pelo dilúvio!?


DEUS ONISCIENTE, ONIPRESENTE, ONIPOTENTE -DEUS É AMOR

Partindo das premissas de que o Deus-Judaico-Cristão é onisciente, onipresente e onipotente chega-se à conclusão inarredável, que Deus armou uma maldosa cilada, para inocente Adão nela caísse, como um passarinho cai no alçapão. Deus não é amor”. As afirmativas de que “Deus é justo”; “Deus é nosso pai misericordioso”; “Deus perdoa”; não passam de papo furadíssimo. Ele não perdoou o ingênuo Adão por um pecadilho.. E, ainda, existem pessoas que dizem que, se todas as pessoas deixarem de crer em Deus, o mundo ficará muito pior. Não tenho medo de demônios, como diz João de Freitas, em recente artigo, mas deste deus-judaico-cristão e outros deuses, como Alá me assustam! São injustos e super-violentos.
Mas que fez o “bondoso” Deus? Plantou a árvore do conhecimento do bem e do mal, no jardim e proibiu o Adão de comer seu fruto. Estava pronta a armadilha, a emboscada, a arapuca e o Adão nela caiu. ORA, se Deus é onisciente, conhece o passado, presente e futuro, Ele sabia que o Adão cairia na armadilha que colocou no jardim. Isto é um tremenda malvadeza. Porque ele resolveu armar aquele golpe? Por pura maldade? Se Deus é onipotente, pode fazer tudo, porque não evitou que o casal primitivo caísse naquela maquiavélica emboscada? Se Deus é amor, como proclamam as igrejas cristãs, porque armou uma cilada na qual caiu o pobre do Adão? Armar cilada, sabendo que a vítima vai cair na mesma, não é coisa de deus amoroso, bondoso justo pai misericordioso e perdoador. É coisa de deus implacável, maquiavélico e muito maldoso.

A Ciência do Direito, desde os antigos romanos, vem estabelecendo a proporcionalidade das penas com a gravidade da infração, praticada pelo réu. ISTO entre os falíveis homens, mas um Deus que, diante de uma infração leve, por ele mesmo engendrada, com a armadilha, retro referida, condena o Adão a Eva e sua descendência a penas crudelíssimas, ad perpetuam, é um ser terribilíssimo. O deus onisciente teria praticado uma tremenda crueldade, uma malvadez sem par.

O direito penal codificado pelo homem, as constituições dos paises democráticos, estabelecem a pena se restrinja ao criminoso, não podendo passar à sua família e seus descendentes. Mas do “deus de amor”, o “deus justo dos cristãos” condenou toda a humanidade a sofrer a penas duríssimas, severíssimas, devido ter ao fato de Adão ter comido uma simples fruta. E sobrou pena até para a serpente que fez a intriga!!! (gên.3 : 140).

Muitos clamam pela Justiça Divina, mas que justiça divina é esta?

Se Deus é onipresente, porque estava passeando folgadamente pelo jardim do Éden, na viração do dia quando “desconfiou” que o casal tinha comido o fruto proibido. Ele não está em todo lugar? Se Ele é onipresente, não estava ali presente no exato momento em que o casal deglutiu a fruta? Ele não tinha ciência do acontecido, devido exatamente a sua própria onisciência. Se Ele sabia de tudo, porque estava fingindo que não sabia e foi perguntar ao Adão?

Se o Deus Judaico-Cristão praticou todas estas maldades, causando o infortúnio ao Adão e a nós todos os seus descendentes, não pode ser um Deus de Amor, mas um deus de rancor, dacroniano e maldoso e até sádico.

Isto se os fatos tivessem ocorrido e fossem verdadeiros.
 

A MALDIÇÃO DA SERPENTE

Diz o texto do Gênesis, 3 : 14, que Deus amaldiçoou a serpente, condenando-a rastejar sobre o seu ventre e a comer pó durante todos os dias de sua vida. Será que a serpente ouviu e entendeu o que Jeová estava falando? Porque Deus iria conversar com a serpente? A contrario senso, chega-se a lógica ilação, que antes da maldição, as cobras deviam voar, porque só passaram a rastejar, depois da maldição. Será antes elas voavam e falavam mesmo?

Ah, foi o Satanás em forma de serpente, desculpam alguns, que enganou a Eva. Mas isto não pode ser, uma vez que Deus-Yavé não amaldiçoou o Satanás, mas a própria serpente e seus descendentes a rastejarem e comerem pó. Se fosse uma só serpente, que, por obra do Diabo, apareceu falando e aconselhando a Eva, esta, diante do inusitado fenômeno, teria corrido disparadamente, como nós hoje corremos apavorados das cobras e animais perigosos. Assim conclui-se que a fábula bíblica afirma que as serpentes, naquela época falavam mesmo, apesar de sua constituição física e corporal, tinham condições de falar e fofocar. Esta de cobra falar é só mesmo conto da carochinha e outros contos infantis!.

Mas vem aí o mais curioso! Deus condenou a cobra a comer pó, todos os dias de sua vida. ORA, sabe-se que as serpentes alimentam-se de pequenos animais, como sapos, rãs, ratos etc., como explicam os biólogos. Elas não comem pó da terra, logo a maldição divina, não pegou. A praga irrogada não trouxe o resultado determinado. Vê-se que tudo não passa de mentiras e invencionices.

“De acordo com pensamento hebreu, quando Deus, Yavé criou o mundo, até as cobras falavam como humanos. A cobra enganou Eva, a primeira mulher.

Yavé sentenciou como castigo para a cobra: "sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida" (Gênesis, 3: 14). Como sabemos, a cobra não come pó, mas alimenta-se de ratos, sapos, pássaros, pequenos viventes que consegue pegar. A sentença de Yavé foi o que os hebreus pensavam que fosse. Eis a primeira prova de que Yavé é produto da imaginação humana.” (João de Freitas – Usina de Letras – 14/4/2006 – destaques nossos) 14/04/2006 - 10:24 (JOÃO DE FREITAS)

O padre italiano Conrado Fratini, conhecido como Frei Carlos de São José, homem culto, poliglota, escritor, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, que exerceu o sacerdócio em várias partes do mundo, inclusive em Israel, superior dos Frades Carmelitas em Caratinga - Minas Gerais, Reitor do Seminário da mesma Ordem Religiosa, ao batizar Natália, filha do autor destas linhas, em pleno altar da Igreja do Carmo, disse em alto e bom som, que não existe o pecado original. As criancinhas, como Natália, não poderiam estar condenadas por um ato nunca foi praticado, atribuído imaginariamente a Adão. O Padre NEGOU o conteúdo da lenda bíblica disse-o, por corolário, mentiroso. Disse mais, durante a missa na qual celebrou um casamento de pessoas simples, que “a união entre homem e mulher complicou muito, acabou com o amor, depois que o Cartório e a Igreja passaram a cuidar do casamento”. Existem muitos padres e religiosos que não acreditam nesta invenção, mas não têm a coragem do Frei Carlos.

As primeiras religiões nasceram como tentativas de domar a natureza. No alvorecer da história, os homens buscavam sobrepor-se a ela pelo pensamento mágico ou cultuando deuses que se encarregariam de apaziguar a água, os ventos, o fogo e a terra, fatores que determinavam a sorte da sociedade” (VEJA EDIÇÃO 2089, DE 03/12/2008, pág. 12))

DEUS NÃO FEZ O HOMEM À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA

Deus não fez o homem á sua imagem e semelhança. Mas o homem, pelo pensamento mágico, tem criado deuses à semelhança do homem, alguns com forma antropomórfica, que parece ser o caso do Deus particular dos judeus, depois aceito pelos cristãos. Se o homem fosse criado à imagem e semelhança de deus, seria hígido, sábio, sem defeitos físicos, portador de todas as chamadas virtudes divinas. Mas assim não é, porque o homem, sem a devida educação e mau, perverso, invejoso, preconceituoso. Alguns homens chegaram a comer os seus semelhantes (canibalismo).

As presentes considerações sobre o suposto pecado de Adão, não visam diminuir ou criticar os convictos e contritos religiosos. O que se desejou fazer nestas linhas, é mostrar que a bíblia não é nenhum livro inspirado por Deus, nem serve de parâmetro moral e ético.

A BÍBLIA NÃO VEIO DE DEUS

A religião diz que a bíblia veio de Deus.  “Mas novas evidências revelam como os textos sagrados foram escritos – e manipulados – pelos homens. Conheça os verdadeiros autores da Bíblia. E o real significado do que eles disseram" (REVISTA SUPERINTERESSANTE – EDIÇÃO 259 DEZ/2008, PÁGS. 58 E SEGS)

Um livro que mostra as terríveis e malévolas façanhas de um Deus particular do povo de Israel, que pelo fato de ter se tornado amiguinho de Abraão, resolveu proteger a prole deste, o povo judeu, mandando matar, numa tremenda injustiça, todos os demais povos, cananeus, filisteus, jebuseus, amorreus, refrains, etc., não é digno de ser adorado e glorificado. Seria um absurdo inominável que, por “ordem divina”, deveriam ser assassinados todos os homens, mulheres, inclusive as grávidas, crianças inocentes, por não serem descendentes de seu amigo Abraão. E Yavé agiu com extremo rigor, dando a ordem estapafúrdia de que até os pobres animais pertencentes a todos os outros povos. deveriam ser mortos.
Estes horripilantes fatos relativos à suposta conquista da terra prometida, estão nos livros constantes do Pentateuco e do livro do terrível e desalmado Josué. Façanhas outras constam ainda de Juizes, Samuel, Reis e Crônicas.

Afinal todos os demais povos também não foram criados pelo Deus, como narram os primeiros capítulos de gênesis embora haja referências aos filhos dos homens (gên. cap. 6, vers. 1). Ora, ora, por causa de uma amizade entre Jeová e Abraão, que não se sabe por que, Deus prometeu toda a terra do Rio Egito (Nilo) até o grande rio Eufrates (Gênesis 15 :18), o que tem motivado a interminável guerra entre os judeus e palestinos. Esta é de amargar!!!

Calhante ao exame que estamos fazendo, as palavras do maior cientista que o mundo já viu, o judeu ALBERT EINSTEIN:

"Para mim, a religião judaica, como todas as outras, é a encarnação de algumas das superstições mais infantis. E o povo judeu, ao qual tenho o prazer de pertencer e com cuja mentalidade tenho grande afinidade, não tem qualquer diferença de qualidade para mim em relação aos outros povos.”

GUERRAS MOTIVADAS PELA RELIGIÃO

Aliás, esta doação de terras do Rio Egito ao Eufrates, como foi assinalado acima, tem sido motivo de guerras que perduram até hoje e que tanto prejuízo tem causado a humanidade. De um lado estão os judeus, que acham que Yavé deu uma escritura pública perpétua da terra aludida (gên. 15, 18) e de outro lado estão os palestinos que ocupam aquelas terras há várias centenas de anos. Estes motivados pela guerra santa, que manda exterminar todos os infiéis, entre estes principalmente os judeus que, repita-se, não abrem mão daquelas terras, porque doadas por Deus ao pai Abraão e sua descendência.

“Todo aquele que crê num dogma, isto é, numa monstruosidade, abdica completamente de suas faculdades. Movido por uma confiança irresistível e um invencível medo doentio, aceita a pés juntos as mais estúpidas invenções.” “É preciso abrir a Bíblia e pensar cuidadosamente o que se expõe. Então, ver-se-á que a droga lá contida tem valor muito diferente do que prometia o invólucro.” – Rabelais – grande filósofo e escritor.

Destas crenças absurdas tem resultado o terrorismo que assusta o mundo atual, com os homens-bomba, convictos das promessas de Maomé, de gozo imediato do paraíso. A guerra entre judeus e palestinos não acaba nunca, por causa destes esdrúxulos “escritos sagrados”.

Volvamos: o pecado de Adão não passa de uma lenda totalmente inacreditável sob todos os aspectos. Um irreal conto para amedrontar crianças, com árvores que produziam frutos miraculosos diálogos entre Deus e seres humanos, maldições terríveis etc., chegando até a ser até risível, ao se referir a serpente mexeriqueira que conversava, ocupando-se de fazzer malldosas fofocas e perigosas intrigas!!!!

Admitamos, ad argumentandum, que exista um Deus criador de todo o universo, com miríades de astros, estrelas, planetas e galáxias. Ora, um Ente Supremo não iria, cometer a baixaria de colocar armadilhas num jardim, sabendo (onisciência) que a vítima cairia na emboscada, não iria passear pelo paraíso, para procurar saber se o Adão tinha comido ou não uma fruta e muito menos iria conversar com uma cobra.

O texto bíblico não tem qualquer cunho de verdade e, sendo o pecado de Adão, que tornou o homem mau, pecador e criminoso, premissa necessária ao suposto sacrifício redentor de Jesus Cristo, este também ganha cunho mitológico e puramente imaginário.

Eu li a Bíblia de capa a capa.... Chamar aquele livro de um guia moral é uma afronta à decência e dignidade dos povos. Chamá-lo de guia para a vida é fazer uma piada de nossa existência. E pretender que ela seja a verdade absoluta é ridicularizar e subestimar o intelecto humano.” (Frederich Nieteche)

A religião é um insulto à inteligência humana”. (Steven Weunberg)

Religião é escravidão.” ( Robert G. Ingersoll – grande escritor e pensador americano – filho de pastor presbiteriano)

 

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