A MALDIÇÃO DO FARAÓ

 

A "maldição do faraó", mortes atribuídas a supostas causas sobrenaturais, decorre do fungo Aspergillus niger extremamente perigoso existente na tumba de Tutankamon.

A Maldição do Faraó é a crença de que qualquer pessoa que viole a múmia de um faraó do Antigo Egito cairá em uma maldição, pela qual a vítima morrerá em breve. Trata-se de uma lenda contemporânea, que surgiu no início do século XX. Ninguém sabe ao certo quem é o responsável por sua elaboração e propagação, mas a mídia, ao mesmo tempo, tornou-a numa lenda de renome internacional.

Havia uma crença de que as tumbas dos faraós tinham maldições escritas sobre elas ou nos seus arredores, uma advertência a aqueles que sabem ler não entrassem. Há casos ocasionais de maldições que aparecem no interior ou na fachada de uma tumba, como no caso do mastaba de Khentika Ikhekhi da 6.ª dinastia em Sacará. Estas parecem ser mais dirigida para os sacerdotes Ka para proteger cuidadosamente a tumba e preservar a pureza ritual, em vez de uma advertência aos ladrões em potencial. Embora tivesse havido histórias de maldições que remontam ao século XIX, elas se multiplicaram na sequência da descoberta de Howard Carter do túmulo de Tutancâmon.[1]

A maldição associada com a descoberta da tumba do faraó Tutancâmon da XVIII Dinastia, é a mais famosa na cultura ocidental. Ela afirma que alguns membros da equipe de arqueólogos que desenterraram a múmia do faraó Tutancâmon morreram de causas sobrenaturais na sequência de uma maldição do governante falecido. De fato, vários membros da equipe morreram alguns anos depois da descoberta, incluindo o ilustre Lord Carnarvon, promotor das escavações. Muitos autores negam que houvesse escrito uma maldição, mas outros dizem que Howard Carter encontrou na antecâmara um óstraco de argila com uma inscrição dizendo: "A morte vai atacar com seu tridente aqueles que perturbarem o repouso do faraó."[2]

Tutancâmon (apelidado por Rei Tut) foi um jovem faraó egípcio que faleceu aos 19 anos, vítima de problemas consanguíneos que afetaram sua estrutura óssea e tendo por principal causa de sua morte a malária, ao qual foi descoberta atualmente pelos cientistas. Segundo os egiptólogos era filho e também genro de Aquenáton e filho de Kiya, esposa secundária de seu pai. Casou-se aos 10 anos com sua meia irmã que tinha 12 anos de idade, Anchsenpaaton. O Rei Tut morreu em 1324 a.C.aos 19 anos de idade, não deixou herdeiros e seu reinado como faraó durou apenas nove anos.
Vale dos Reis em Luxor, Egito.

Aproximadamente 1500 anos antes de Cristo, no famoso Vale dos Reis, os faraós foram sepultados com um resgate de um rei: marfim, ébano e ouro. Cada tumba foi camuflada pelas areias do árido deserto egípcio, ficando assim escondidas por muitos anos. Mas quando os arqueólogos chegaram séculos depois, encontraram apenas os ossos dos faraós. Outros estiveram no Vale dos Reis antes: os ladrões e os falsificadores de objetos.

Thomas Hoving relatou sobre esses fatos: "Existe uma cidade perto do vale dos Reis com 1000% de ladrões de tumbas antigamente e agora. E quando eles não conseguem encontrar alguma coisa, eles as falsificam e as vendem a você. E quando encontram alguma coisa fazem réplicas e as vendem. E isto tem acontecido desde que o primeiro faraó foi enterrado"[3]

O Vale dos Reis, segundo os arqueólogos, ainda é o local mais rico que se conhece no planeta, no entanto, pensava-se que não havia mais nada a se procurar, mas 3000 anos depois de seu sepultamento, só um punhado de homens sabiam seu nome: Tutankhamun, que o encontraram depois de incansáveis buscas no vale dos Reis.[4]


A descoberta da Tumba de Tutankamon

O arqueólogo Howard Carter e seu patrocinador, o aristocrata Lord Carnarvon, foram os responsáveis por esta grande descoberta ocorrida em novembro de 1922 e a câmara funerária foi aberta de forma oficial no dia 16 de Fevereiro de 1923 diante das autoridades egípcias.

Os acadêmicos de todas as áreas achavam um tiro no escuro a expedição de Carter, segundo afirma Thomas Hoving: "Foi um tiro no escuro, era uma época que não tinha detectores de metais e nenhum sonar sofisticado para pesquisar em bolsas ou buracos sob o solo ou areia. Era um tiro no escuro para todos, menos para Howard Carter".[3] Metodicamente, Carter explorou o Vale dos Reis com cautela e se desapontou no início devido às dificuldades encontradas.

Patricia Leatham, neta de Carnarvon, explicou sobre o início da descoberta do tumba do Rei Tut: "Logo antes do natal de 1921, Carnavon mandou chamar Carter aqui, no castelo de Rair claire, e disse-o que não poderia mais sustentar o que aparentemente era um projeto inútil. Carter explicou que faltava pouco a fazer e implorou por mais uma temporada e Carnavon concordou. Mas Carnavon deixou absolutamente claro que seria a última temporada."[5]


O Arqueólogo Howard Carter.

No terceiro dia após o início das escavações da nova e última temporada em busca do Rei Tut, Carter encontrou uma escada de pedra que levava a uma entrada escondida carimbada com um selo antigo, era a marca da realeza egípcia. Carnavon estava tomando chá com sua filha, Evelin Hebert, em seu castelo na Inglaterra, quando recebeu o telegrama de Carter, onde dizia ter encontrado uma tumba magnífica e com um selo ainda intacto. Enquanto Carnavon já estava a caminho do Egito, algo assustador aconteceu a Carter segundo Patricia Leatham: "Carter vivia sozinho e para lhe fazer companhia tinha comprado um canário... e logo depois de ter encontrado a tumba, foi à sua casa e encontrou com um de seus empregados que vinha correndo em sua direção com um punhado de pena amarela em suas mão dizendo: (Meu senhor! Ouvi um barulho, e quando vi uma naja estava comendo o canário, isso é um mal presságio, isso é azar!). Carter disse: (Não seja tolo, apenas assegure que a naja não esteja mais dentro da casa)".[4][5]


A primeira entrada na tumba depois de 3 milênios

No dia 26 de novembro de 1922, Carter encontrou uma segunda entrada que levava a uma outra sala. Nesta sala havia marcas que evidenciavam tentativas de arrombamentos por ladrões; dois bandos de ladrões já teria entrado lá. Existem vestígios de que um dos dois bandos foi apanhado, e foram pegos no ato e tiveram suas cabeças cortadas..[3] Nesta primeira entrada estavam presentes Lorde Carnavon, sua filha, Evilen Hebert, Carter e seu assistente. A sala toda brilhou e tudo que brilhava era ouro, Carter petrificado tinha absoluta certeza que tinha encontrado a tumba do Rei Tut.

Nunca houve um faraó encontrado em perfeitas condições como Tutankamon. É a maior descoberta da história, segundo Thomas Hovin.[3] Carter disse que eles deram uma olhada e depois saíram, mas as evidências sugerem que não. Hovin deu sua opinião: "A licença que Carnavon e Carter tinham, não dava direito para eles entrarem em tumbas encontradas sem a presença de uma autoridade de antiguidade de uma organização egípcia. Eles nunca afirmaram que tinham entrado e sim que esperaram e ficaram dentro vendo coisas maravilhosas, selaram o buraco que fizeram na parede e esperaram 3 dias até um responsável do Cairo chegar e ir com eles. O que você teria feito depois de dez anos à procura com enormes dificuldades? Eles fizeram o que eu e você teríamos feito: eles entraram e passaram a noite toda lá dentro."[3] Os artefatos achados dentro da tumba somaram mais de cinco mil peças preciosas de incalculável valor.[4]


A primeira morte atribuída à maldição
Lorde Carnavon.

Carnavon, o financiador da expedição, tinha vindo no início ao Egito por causa de sua saúde. Essa decisão na verdade foi fatal. Na primavera de 1923, Lorde Carnavon se cortou acidentalmente com uma navalha quando fazia barba. O corte foi acima de uma picada de mosquito que levara dias antes, quando ainda estava na expedição. O ferimento não sarava e dias depois em uma viagem para o Cairo, Carnavon foi devastado pela febre. Seu secretário enviou as más notícias a Howard Carter dizendo que a picada de mosquito que Carnavon levara tinha infeccionado. Na verdade o quadro de Carnavon era irreversível e ele faleceu.[4]

Depoimento de sua neta, Patricia Leatham: "No momento em que ele morreu, toda a luz do Cairo se apagou e, naquela época, todos os serviços públicos do Cairo eram administrados pelo exército britânico e não havia meios de eles religarem a energia. Não encontraram motivos para a energia ter acabado. Vinte minutos depois a energia foi restaurada. A pequena fox terrier de Carnavon, Suzie, estava dormindo em sua cesta no quarto de sua governanta, no castelo de Carnavon na Inglaterra. E no mesmo momento em que Carnavon morreu, Suzie sentou em sua cesta, uivou e morreu".[5]

[6]Um estudo feito pelo epidemiologista Mark Nelson que comprova que a maldição da múmia ,[7]foi uma mentira inventada por Howard Carter e seu mecenas.Tudo para que ninguém ousasse roubar nada de riquíssima tumba do rei. Deu certo.


Morte de Charriel Manson (estudante de história da arte)
Aspergillus niger - Principal causador da morte de Charriel.

Charriel e seu marido, Garry Manson, foram a uma excursão ao Egito. Charriel tocou a tinta das paredes da tumba de Tut. Ela não imaginava que este toque seria a causa de sua morte dias depois. Três semanas depois os Mansons se encontravam na Pensilvânia, Estados Unidos. Charriel se sentiu mal e teve que se hospitalizar. Seus pulmões estavam comprometidos e os médicos desconfiaram que os sintomas da Doença de Hodgkin haviam reaparecido. Cerca de dois dias depois os médicos eliminaram essa possibilidade, passando a desconfiar que seria um outro problema nos pulmões. Os médicos não conseguiuram descobrir, porque o quadro de Charriel piorava muito rápido e então os decidiram fazer uma biópsia dos pulmões. A partir da secreção dos pulmões da vítima, foi detectado o fungo causador de sua morte, o Aspergillus niger.[4]
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Maldi%C3%A7%C3%A3o_do_fara%C3%B3>

 

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