A MAGIA DESMASCARADA

O Grande Desafio Tântrico
Posted: 24 Mar 2008 05:52 PM CDT
 

Em 3 de Março de 2008, em um show de TV popular da Índia, Sanal Edamaruku, presidente da Rationalist International, desafiou o mais “poderoso” tântrico (mago negro) da Índia a demonstrar seus poderes nele. Este foi o início de um experimento sem precedentes. Depois que todas as entoações de mantra (palavras mágicas) e cerimônias de tantra falharam, o tântrico decidiu matar Sanal Edamaruku com a “cerimônia de destruição definitiva” na TV ao vivo. Sanal Edamaruku concordou e sentou no altar do ritual de magia negra. A India TV viu sua audiência subir feito um foguete.

Tudo começado, quando Uma Bharati (ex-ministra do estado de Madhya Pradesh) acusou seus oponentes políticos em uma declaração pública de usarem poderes tântricos para lhe infligir dano. Na verdade, dentro de poucos dias, a azarada senhora perdeu seu tio favorito, acertou a porta de seu carro contra sua cabeça e encontrou suas pernas cobertas com feridas e bolhas.

A India TV, um dos maiores canais hindus de televisão com alcance nacional, convidou Sanal Edamaruku para uma discussão sobre “Poderes Tântricos versus Ciência”. Pandit Surinder Sharma, que alega ser o tântrico dos maiores políticos e é muito bem conhecido por seus shows de televisão, representou o outro lado. Durante a discussão, o tântrico mostrou uma massa de farinha de trigo com uma forma humana, passou uma linha em volta em formato de laço e a apertou. Ele alegou que ele poderia matar qualquer pessoa que quisesse dentro de três minutos usando magia negra. Sanal o desafiou a tentar e matá-lo.

O tântrico tentou. Ele entoou seus mantras: “Om lingalingalinalinga, kilikili…” Mas seus esforços não mostraram qualquer impacto em Sanal — nem dentro de três minutos, e nem depois de cinco. O tempo foi extendido e extendido de novo. O programa da discussão original deveria ter acabado aqui, mas o “plantão” do desafio tantra foi tomando conta de toda a grade da programação.
Agora o tântrico mudou sua técnica. Ele começou a espirrar água no Sanal e a brandir uma faca na frente dele. Algumas vezes ele movia a lâmina por todo o seu corpo. Sanal não se mexeu. Então ele tocou a cabeça de Sanal com suas mãos, esfregando e enrugando todo o seu cabelo, pressionando sua testa, colocando sua mão sobre seus olhos, pressionando seus dedos contra suas têmporas. Quando ele começou a pressionar cada vez mais forte, Sanal o lembrou de que ele deveria usar apenas magia negra, sem atacá-lo à força para nocauteá-lo. O tântrico começou uma nova rodada: água, faca, dedos, mantras. Mas Sanal continuou parecendo muito saudável e até se divertindo.

Depois de quase duas horas, o âncora declarou a falha do tântrico. Ele, não querendo admitir a derrota, tentou dar a desculpa de que um deus muito forte ao qual Sanal estivesse adorando o estivesse protegendo. “Não, eu sou ateu”, disse Sanal Edamaruku. Finalmente, o tântrico humilhado tentou salvar sua pele alegando que havia uma magia negra especial infalível para destruição definitiva, que poderia, entretanto, ser feita apenas à noite. Má sorte novamente, pois ele não conseguiu se safar com isso mas sim foi desafiado a provar sua alegação naquela mesma noite em um programa “de plantão” ao vivo.
Durante as próximas três horas, a India TV colocou no ar anúncios para O Grande Desafio Tântrico que chamaram centenas de milhões de pessoas aos seus aparelhos de TV.

O encontro aconteceu debaixo de uma noite de céu aberto. O tântrico e seus dois assistentes estavam atiçando uma fogueira e olhavam compenetrados em suas chamas. Sanal estava de bom humor. Assim que a mágica definitiva fosse invocada, não haveria caminho de volta, alertou o tântrico. Dentro de dois minutos, Sanal iria ficar maluco, e um minuto depois ele gritaria de dor e morreria. Ele não queria salvar sua vida antes que fosse tarde demais? Sanal riu, e a contagem regressiva começou. Os tântricos entoavam seus “Om lingalingalingalinga, kilikilikili…” seguidos por cataratas de palavras e sons que mudavam à toda hora. A velocidade aumentou histericamente. Eles jogaram todos os tipos de ingredientes mágicos nas chamas que produziam diversas cores, sons de chiados e estalos e uma fumaça branca. Enquanto entoava, o tântrico chegou perto de Sanal, moveu suas mãos na frente dele e o tocou, mas foi chamado a recuar de volta pelo âncora. Depois das tentativas anteriores do tântrico de usar a força contra Sanal, ele foi avisado para tomar distância e evitar de encostar em Sanal. Mas o tântrico “esquecia” dessa regra de novo e de novo.

Agora o tântrico escreveu o nome de Sanal em um pedaço de papel, o rasgou em pequenos pedaços, mergulhou-os dentro de um caldeirão com óleo de manteiga borbulhante e os jogou dramaticamente nas chamas. Nada aconteceu. Cantando e cantando, ele jogou água em Sanal, esfregou um punhado de penas de pavão sobre sua cabeça, jogou sementes de mostarda no fogo e outras coisas mais. Sanal riu, nada aconteceu, e o tempo estava acabando. Com somente mais sete minutos até a meia-noite, o tântrico decidiu usar sua arma definitiva: a massaroca de farinha de trigo. Ele a amassou e pulverizou com ingredientes misteriosos, então pediu para que Sanal a tocasse. Sanal o fez, e a grande magia final começou. O tântrico furou brutalmente agulhas na massa, então a cortou ferozmente com uma faca e tacou seus pedaços na fogueira. Naquele momento, Sanal deveria ter entrado em pânico. Mas não entrou. Ele riu. Quarenta segundos mais, contados pelo âncora, vinte, dez, cinco… acabou!

Milhões de pessoas devem ter proferidos suspiros de alívio na frente de suas TVs. Sanal estava muito bem vivo. O poder Tantra falhou miseravelmente. Tântricos haviam criado uma atmosfera tão assustadora que, mesmo quem sabia que magia negra não tinha fundamento, poderia entrar em pânico, comentou um cientista durante o programa. Necessita-se de enorme coragem e confiança para desafiá-los a colocar sua própria vida em risco, ele disse. Ao fazê-lo, Sanal Edamaruku quebrou o feitiço, e removeu muito do medo de todos os que testemunharam este triunfo.
Naquela noite, uma das superstições mais perigosas e difundidas na Índia sofreu um golpe severo
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Fonte: Rationalist International
Tradução: Alenônimo

Achei bem interessante o que Sanal Edamaruku fez, e é uma prova inequívoca de que a magia não tem poder algum. Entretanto, os efeitos sobre os expectadores talvez sejam bem menores do que se imagina.

Para exemplificar, encontramos na Bíblia vários exemplos, como um rei que secou a mão por blasfemar contra o deus de Israel; um casal que morreu apenas por mentir aos apóstolos cristãos, e coisas semelhantes.

Agora imagine alguém na TV brasileira ou de qualquer outro país cristão desafiando um pastor, padre, o papa, ou qualquer outra autoridade religiosa cristã a invocar ao deus criador de todas as coisas em que creem os cristãos para que seque a mão do desafiante ou o mate.

O máximo que poderá ocorrer contra o desafiante é aparecer um cristão para agredi-lo. Mas com certeza muitos poucos cristãos perderão a fé em seu deus ao ver que nada acontece contra quem o desafiar publicamente. Mil e uma razões irão aparecer para justificar a inatividade do deus em que creem.

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