O CIGARRO E A ECONOMIA
"Aspectos
econômicos do tabaco
O tabagismo gera uma perda mundial de 200 bilhões de dólares por ano,
sendo que a metade dela ocorre nos países em desenvolvimento. Este valor,
calculado pelo Banco Mundial, é o resultado da soma de vários fatores, como o
tratamento das doenças relacionadas ao tabaco, mortes de cidadãos em idade
produtiva, maior índice de aposentadorias precoces, aumento no índice de faltas
ao trabalho e menor rendimento produtivo.
A estratégia da indústria do fumo é a mesma no mundo inteiro e vai contra à
saúde pública e ao bem estar de populações de todo o mundo. Questões, como por
exemplo, a responsabilidade corporativa, hoje estão sendo colocadas em dúvida
por conta do conflito das empresas de tabaco com os sistemas de saúde públicos.
É inaceitável que a indústria do cigarro seja um fator diferencial em
determinada economia, se na realidade ela causa a morte de 4,9 milhões de
indivíduos anualmente, com a perspectiva de serem 10 milhões em 2030. E o pior:
70% dessas mortes estarão concentradas nos países em desenvolvimento, a maioria
carente de financiamento público para programas sociais.
O Banco Mundial estimou que as políticas de prevenção são as que tem maior
custo-efetividade. Consequentemente, são um importante componente da economia de
um país no que se refere à manutenção da saúde da população. Também calculou
que, para colocar em andamento um pacote essencial de intervenções em saúde
pública em que o controle do tabagismo esteja incluído, os governos deveriam
gastar em média 4 dólares per capita nos países de baixa renda e 7 dólares per
capita nos países de renda média.
Em relação aos custos do tratamento das doenças relacionadas ao fumo, é possível
dividi-los em duas categorias: tangíveis e intangíveis.
Custos tangíveis
i) assistência à saúde (serviços médicos, prescrição de medicamentos, serviços
hospitalares, etc.);
ii) perda de produção devido à morte e adoecimento e à redução da produtividade;
iii) aposentadorias precoces e pensões;
iv) incêndios e outros tipos de acidentes;
v) poluição e degradação ambiental e
vi) pesquisa e educação.
Custos intangíveis
i) a morte de fumantes e não fumantes e
ii) o sofrimento dos fumantes, não fumantes e seus familiares.
Fontes:
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000. O Cigarro brasileiro: análises e propostas para a
redução do consumo. Rio de Janeiro.
YACH, D. & BETTCHER, D., 2000. Globalisation of tobacco industry influence and
new global responses. Tobacco Control, vol. 9: 206-216.
ABEDIAN, I.MERWE van der, R. WICKINS, N. JHA, P; 1998. The Economics of Tobacco
Control - Towards an Optimal policy mix. Appllied Fiscal Research Centre,
University of Cape Town, South Africa.
WORLD BANK, 1999. Curbing the epidemic - Governments and the Economics of
Tobacco Control.
http://www.inca.gov.br/tabagismo/frameset.asp?item=economia&link=aspectos.htm
Fumante queima uma TV de plasma por
ano
16/02/2012 - Estudo do Dieese mostra estrago que o cigarro
faz no bolso: quem fuma um maço ao dia gasta R$ 1.728/ano.
Fumar é queimar dinheiro. Ao longo de um ano, quem fuma um maço de cigarros de
R$ 4,80 por dia gasta R$ 1.728, ou o preço de uma TV de plasma de 42 polegadas.
Ou ainda o modelo de 16 gigas de um dos eletrônicos mais desejados da
atualidade, o iPad 2.Ou ainda uma viagem de quatro dias para duas pessoas para o
disputado destino turístico de Itacaré, na Bahia, incluindo hotel e avião.
A soma é feita usando a calculadora da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
disponível no site da instituição (www.cardiol.br), e mostra o peso do tabagismo
no orçamento familiar. O ICV (Índice de Custo de Vida) do Dieese (Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta que 1,7% da renda
da família média brasileira é gasta com cigarros.
A conta, porém, é paga também por quem não é fumante. O SUS (Sistema Único de
Saúde) gasta R$ 426 milhões com o combate às doenças causadas pelo fumo. O valor
equivale a 5,43% da verba do sistema público de saúde.
“Existem 56 doenças causadas diretamente pelo fumo. Incluindo todos os tipos de
câncer”, afirma o diretor científico da Sociedade Paulista de Pneumologia e
Tisiologia, o pulmonologista Oliver Nascimento. “O tabagismo deve ser encarado
como doença”, diz Nascimento, que atende só fumantes no Centro de Reabilitação
Pulmonar da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Em seu consultório particular, segundo o pulmonologista, 70% dos clientes são
fumantes. “Mas há também os que têm problemas com o fumo passivo, como os filhos
de pais fumantes”, diz Nascimento.
Fonte : Diário de São Paulo