O ARGUMENTO ONTOLÓGICO

 

Quem criou o Argumento Ontológico foi o Anselmo da Cantuária. Por conta dele, ele ganhou o status de Santo e virou Santo Anselmo (é que nem os caras que ganham o status de Sir da Rainha do Reino Unido, pura política). Anselminho criou também a escolástica, que é a tentativa de corroborar a fé religiosa usando a razão (na época não existia bem o conceito de ciência). A escolástica durou só até o século XVI e sumiu com o Renascimento e com o Iluminismo.

 

Já vou logo avisando, é um método de prova à priori. Existem dois tipos de lógica: à priori — que envolve apenas intuição e lógica — e à posteriori — que leva em conta também o empirismo, ou seja, verifica se algo é válido também no mundo real. Por ser um argumento de lógica à priori, já percebeu que lá vem merda, né?

Chega de pormenores. O argumento é assim:

Se algo que é tão perfeito que não pode não existir consegue ser imaginado, então deve existir.
Eu consigo imaginar esse algo perfeito como sendo Deus.
Portanto Deus existe
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O argumento é tão imbecil que até mesmo outro santo, o São Tomás de Aquino, discorda dele. Ele assume, por exemplo, que existência é um tipo de perfeição ou algo requerido para ser perfeito, o que é ridículo. Perfeição é um conceito absolutamente infinito, e coisas infinitas só existem na teoria, não na vida real.

Além do mais, eu consigo imaginar diversas coisas perfeitas, e nem por isso existem. Olha como eu uso o argumento ontológico pra provar que existem unicórnios:

Se eu conseguir imaginar o cavalo perfeito, para ser perfeito ele tem que existir.
O unicórnio é a perfeição em forma de cavalo, um deus equino, e eu consigo imaginá-lo.
Portanto o unicórnio existe

(Ateus do Brasil).

 

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