Envelhecer e
morrer é uma realidade inevitável, que todos nós gostaríamos de contornar.
Não obstante os espantosos avanços científicos, ainda não nasceu o
homem imortal. Por outro lado, no campo da
imaginação, muita gente já encontrou solução contra a morte.
O homem primitivo, na tentativa de explicar por que envelhecemos e morremos,
chegou à conclusão de que o criador de todas as coisas fez o homem imortal, mas
o condenou à morte por ele haver pecado, isto é, contrariado às suas ordens. E,
em sua distraída criatividade, houve alguém capaz de interpretar o fruto
proibido do Eden como sendo a relação sexual. Daí é que surgiu a reza católica
que diz: “Oh Maria concebida sem o pecado original...” (Maria, a mãe de Jesus,
por obra divina teria nascido de um casal idoso, sem proceder de uma relação
sexual, assim como também teria concebido Jesus por obra do Espírito Santo,
sem o devido ato). Seria bastante paradoxal o criador dizer: “Sede fecundos,
multiplicai e enchei a terra” e, depois, proibir o ato sexual, a não ser que o
homem fosse multiplicar-se por cissiparidade, como as bactérias.
A mitologia diz que Júpiter, o deus dos deuses, transformou a ninfa Juventa em
uma fonte cuja água devolvia a mocidade, donde surgiu a palavra juventude. Mas
Júpiter escondeu a fonte, e ninguém sabia onde ela ficava.
O avanço científico já nos permite viver bem mais do que os homens do passado.
No entanto, ainda não se consegue prolongar indefinidamente uma vida humana nem
de qualquer animal metacelular. Porém, no campo imaginário, o homem criou
alternativas contra a morte: em determinado momento da evolução humana, talvez
deduzido dos sonhos, fenômenos tão complexos que nos enganam facilmente, alguém
imaginou que a morte não é o fim da vida: surgiram algumas alternativas para
superar a consequência letal da desobediência de Adão e Eva, que, segundo as
crenças, permaneceu sobre todos nós:
1. RESSURREIÇÃO - Desde os babilônios, os deuses teriam prometido ressurreição
dos mortos, crença essa adotada pelos judeus durante o cativeiro lá. E, para o Cristianismo, o criador mandou seu filho para morrer pelo
homem, para que os bons mortos retornassem à vida, desta vez uma vida eterna e
sem sofrimentos; os maus, por sua vez, devendo serem lançados num lago de fogo,
que hoje chamam de inferno,
juntamente com o Diabo, personagem também conhecido pelos judeus na Babilônia, onde a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre.
2. IMORTALIDADE DA ALMA - Os bons, ao falecerem, não se extinguem, mas passam
diretamente para outra vida, esta eterna e cheia de glória; ao passo que os maus
vão arder infindavelmente no lago de fogo. Seria bem injusto
o criador que, por uns poucos anos de desobediência,
condenasse a sua criatura a um suplício sem fim, não é?
3. REENCARNAÇÃO - Uma terceira alternativa contra a morte surge com a denominada
reencarnação: o homem morre, mas nasce novamente em outro corpo, passando assim
por vidas sucessivas. Essa crença parece ser de origem indiana. Mas foi
assimilada por parte dos judeus e dos cristãos também.
Se você aceita uma das duas primeiras alternativas, ou você viverá feliz, crendo
que um dia estará livre de todos os sofrimentos que este mundo lhe impõe e terá
uma vida infindável, feliz para sempre; ou ficará sempre preocupado com as
consequências de seus pecados, que você não consegue evitar, horrorizado com a
hipótese de ficar preso ardendo em chamas para todo sempre. A terceira também
não deixa de ser preocupante, porque diz que você pagará na vida seguinte o mal
que fizer nesta. São os dois lados da moeda, como popularmente se diz. Você
aceitou uma dessas saídas contra a morte? Tenha aceitado ou não, sei que não tem
dúvida de que vai morrer, assim como eu e os demais seres viventes. A diferença
é que eu acredito que daqui a mais algumas décadas terei um fim, e você, se
religioso, crê que terá nova vida após a morte, ficando na dúvida se vai ter uma
nova vida sem sofrimento, viver
feliz para sempre, ou queimar-se eternamente, o maior horror já imaginado.
Ver sobre as crenças em
e