Se até a
existência de Jesus é duvidosa, muito menos se sabe sobre sua data de
nascimento. Nada indica que Jesus tenha nascido em 25 de dezembro e nunca se
pode definir essa data, porque os cristãos primitivos não tinha essa celebração,
e os que a criaram, sem ter qualquer informação sobre o dia em que ele teria
nascido,
substituíram a comemoração do nascimento do sol, no solstício meridional, pelos
festejos do nascimento do deus da maior religião do mundo. Há até ramos
cristãos que não comemoram o Natal.
Há dúvida sobre Jesus ter realmente existido; uma vez que nenhum historiador de
sua época nada disse sobre ele. O que suscita a maior suspeita sobre a sua
existência é o fato de Filão de Alexandria ter nascido antes de Jesus e morrido
bem depois dele, ter escrito sobre Herodes e Pilatos e suas maldades, sem,
contudo, escrever uma única palavra sobre Jesus. Os evangelhos foram escritos
décadas depois de sua morte, e só muitos anos depois é que apareceram algumas
referência a ele fora do mundo cristão. O certo é que esses autores já
escreveram segundo o que ouviram de cristãos.
Mas considerando que ele realmente tenha existido, temos o seguinte:
“Para entender como surgiu o Natal devemos voltar à Mesopotâmia (atual
Iraque) há quatro mil anos, cujo povo achava que o inverno, época da passagem de
ano, era causado pelos ‘monstros do caos”, que faziam a lavoura e os animais
sofrerem com o frio. Assim, celebravam o Zagmuk, um festival de doze dias
dedicado ao deus Marduk, que derrotaria os monstros. Cerimônias análogas
chamadas de Sacae aconteciam na Pérsia. Na Grécia, o ritual representava a luta
de Zeus contra o titã Cronos, até que chegou a Roma na forma das Saturnais,
festas dedicadas a Saturno, o deus do tempo, de 17 a 24 de dezembro. ‘Era a
véspera do solstício de inverno, uma data de transição do calendário solar’, diz
o professor de teologia Fernando Altemayer. No dia equivalente ao nosso 25 de
dezembro, o sol brilhava com menos força, mas, ao mesmo tempo, se preparava para
voltar a dar mais vida à Terra. Era conhecido como o ‘dia do nascimento do deus
Sol’.” (Revista dos Curiosos, dezembro/2002, pág. 24).
“Sobre o nascimento de Jesus sabemos muito pouco. Ele nasceu antes da morte
de Herodes Magno (Mt 2.1; Lc 1.5), que faleceu na primavera de 750 da era
romana, quer dizer: no ano 4 antes de Cristo. Conforme estudos o ano mais
provável do nascimento de Jesus é 7 ou 6 antes da era cristã.
As primeiras comunidades cristãs não comemoravam o nascimento de Jesus.
Somente a partir do ano 350 o Natal começou a ser comemorado no dia 25 de
dezembro. Em torno da escolha desta data há uma longa história.
Os Celtas, por exemplo, tratavam o Solstício do Inverno, em 25 de dezembro, como
um momento extremamente importante em suas vidas. O inverno ia chegar, longas
noites de frio, por vezes com poucos gêneros alimentícios e rações para si e
para os animais, e não sabiam se ficariam vivos até a próxima estação. Faziam,
então, um grande banquete de despedida no dia 25 de dezembro. Seguiam-se 12 dias
de festas, terminando no dia 6 de Janeiro”.
Segundo Guilherme Lieven, pastor luterano na Paróquia ABCD,
‘Em Roma, o Solstício do Inverno também era celebrado muitos séculos antes do
nascimento de Jesus. Os Romanos o chamavam de Saturnálias (Férias de Inverno),
em homenagem a Saturno, o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra
durante o inverno.
Em 274 o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de dezembro, como "Dies Natalis
Invicti Solis" (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O Sol passou a ser
venerado. Buscava-se o seu calor que ficava no espaço muito acima do frio do
inverno na Terra. O início do inverno passou a ser festejado como o dia do Deus
Sol.
A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto. O Papa Júlio I decretou
em 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro,
substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo. O
nascimento de Cristo passou a ser comemorado no Solstício do Inverno em
substituição as festividades do Dia do Nascimento do Sol Inconquistável’.
Se o ano não está correto, o dia exato do Natal é simplesmente desconhecido.
‘A data de 25 de dezembro só foi instituída por conveniência política”, afirma o
astrônomo Othon Winter. ‘A Bíblia não diz em nenhum lugar quando nasceu o filho
de Deus.’
Sem a dica da data certa, diversas regiões da Europa e do Oriente Médio
escolheram dias diferentes para comemorar o Natal, embora mais tarde aderissem à
orientação romana.
Assim, a festa era em 19 de novembro no Egito, 20 de maio na Palestina e 6 de
janeiro na Etiópia, onde continua em vigor.
Não se sabe o motivo dessas opções, a não ser no caso em que a data tornou-se
mais popular, o 25 de dezembro: esse era o dia festejado pelos romanos como o
aniversário do deus persa Mitra, que não tem nada a ver com o cristianismo, mas
era muito popular naqueles tempos. Como Roma era a capital da cristandade e a
cidade mais importante do mundo à época, sua data se impôs, prevalecendo até
hoje. Vencida pelos fatos, a Igreja a adotou oficialmente em 440. ‘Em vez de
combater o ritual pagão, os bispos o incorporaram’, conta o historiador Edgar
Leite, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aliás, o próprio Novo
Testamento parece indicar que a data de 25 de dezembro está errada. O Evangelho
de Lucas afirma que Jesus é seis meses mais novo que João Batista, que diversos
registros indicam ter nascido em 27 de março. Nesse caso, o verdadeiro Natal
cairia no final de setembro” (Superinteressante, dez/1999, pág. 33).
Há atualmente alguns cristãos, como as Testemunhas de Jeová e alguns adventistas
dos sétimo dia, que não celebram o Natal, pelo fato de ele não ter sido uma
criação dos cristãos primitivos, mas uma adaptação de festividade pagã, com
reforço da incerteza a respeito da verdadeira data.
O que há de mais certo é que, em seus próprios dias, Jesus de Nazaré não
despertou a atenção de ninguém, não ficando nada registrado sobre ele a
não ser os escritos de seus apóstolos muitos anos depois, uma vez que ele, se
existiu, não
foi o único a se arvorar como o messias predito por alguns profetas hebreus
(Veja-se:
”). A doutrina divulgada por seus seguidores
ganhou força e foi adotada pelo Império Romano séculos depois, o que o tornou
definitivamente o salvador do mundo, não como predito por Miquéias e Zacarias,
mas através de um reino espiritual futuro, como crê boa parte da humanidade de
hoje. E sua data de nascimento é tão certa quanto os seus feitos. 25 de dezembro
foi escolhido como seu aniversário simplesmente para substituir uma festa
considerada pagã. Por isso, alguns cristãos rejeitam a comemoração do
Natal.
A
VERDADEIRA HISTÓRIA DO NATAL
COMO 25
DE DEZEMBRO SE TORNOU O NATAL DE JESUS
DEUSES NASCIDOS EM 25 DE DEZEMBRO
POR QUE 25
DE DEZEMBRO?
O NATAL DOS
DEUSES