A JUSTIÇA DIVINA NO BRASIL CONTRA TIRADENTES

- 21/04/2006 -

 

A forma hedionda com que Tiradentes foi executado mostra um resíduo da justiça divina dos hebreus copiada pelos cristãos.

Portanto condenam ao réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas Gerais, a que, com baraço e pregação, seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da fôrca, e nela morra morte natural para sempre e que, depois de morto, lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, aonde, em o lugar mais público dela, será pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregados em postes, pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, aonde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações, até que o tempo também os consuma; declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão edifique, e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelo bens confiscados, e no mesmo chão se levantará um padrão, pelo qual se conserve em memória a infância dêste abominável réu

<http://www.uol.com.br/linguaportuguesa/tiradentes.htm>
 

Naquele tempo, não havia separação entre a Igreja e o Estado, e a Igreja Católica era a dona do poder. Em parte, a sentença foi menos severa do que a justiça divina dos hebreus. Mas, em outro ponto, excedeu à justiça de Yavé em sua maneira infamante.

A lei mosaica dizia: “eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam” (Êxodo, 20: 5). E era costume pendurar condenados executados em postes, mas eles eram sepultados no mesmo dia: “Se um homem tiver cometido um pecado digno de morte, e for morto, e o tiveres pendurado num madeiro, o seu cadáver não permanecerá toda a noite no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto aquele que é pendurado é maldito de Deus” (Êxodo, 21:22, 23).

A execução de Tiradentes foi mais comedida em relação aos seus descendentes, atingindo somente os netos (Yavé vingava até a quarta geração: os bisnetos). Mas, a barbaridade da execução foi maior com o condenado: ele foi despedaçado e não foi sepultado. Embora com pequena diferença, a justiça dos portugueses mostrou-se claramente uma herança dos mandamentos de Yavé, algo do que há de mais primitivo da humanidade que a religião conseguiu trazer até os nossos tempos.

 

 

TIRADENTES NÃO ERA COMO RETRATADO

 

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