JUSTIÇA DIVINA E CRUELDADE

21/10/2009

 

 

Ao criar o Cristianismo, os romanos perceberam que não adiantava ameaçar as pessoas com castigos reais; pois elas poderiam perceber que as coisas não eram bem assim. Teriam que criar castigos impossíveis de averiguar, para assegurar o medo; mas, com isso, tornaram o deus ainda mais cruel e injusto.

 

"TEMOS QUE ACREDITAR NA JUSTIÇA DE DEUS, PORQUE A DO HOMEM, NÃO É SUFICIENTE PARA PUNIR TANTA CRUELDADE!!!" Essa frase foi dita por alguém que viu fotos de uma família assassinada no assentamento Camarú II, Município de Zé Doca, Estado do Maranhão.   Mas o que dizer das ordens divinas ao seu povo escolhido e do seu modo de fazer justiça?   O livro sagrado dos cristãos, em vez de um excelente modelo de justiça, é, como diz José Saramago, um "catálogo de crueldades".

 

Punição dos descendentes de Eva - A primeira mulher desobedeceu às ordens do criador, comendo do fruto do conhecimento do bem e do mal.  A severa punição não foi só a ela, mas a toda sua descendência, e todos nós estamos pagando pelo seu erro, dizem os judeus e cristãos.   Isso é justo?

 

Extermínio geral por um dilúvio - Os humanos se tornaram maus.  O criador afogou, em um dilúvio universal, todo o gênero humano e todos os outros seres vivos, que, segundo a religião, não cometem pecado.   Isso é o mesmo que o exército brasileiro, diante do que fazem os bandidos, decidir destruir todas as favelas do Rio de Janeiro sem poupar quaisquer pessoas, cachorros, gatos, etc.   Poderíamos concordar algo assim?

 

Maldição de Canaã -  Cão, o pai de Canaã, riu da nudez de seu pai, o famoso Noé. Nenhuma punição lhe foi imposta por isso.  Mas o inocente Canaã, que nada havia feito, recebeu a maldição, que também se estendeu por toda a sua descendência.   Noé estava apenas seguindo o exemplo do deus criador.  E crentes não acha isso injusto.

 

Punição dos reis que ignoravam o que faziam - Yavé, segundo a Bíblia, trouxe severo castigo a dois reis que tiveram relações sexuais com as mulheres de Abraão e Isaque, embora eles nem soubesse que elas fossem esposas dos referidos hebreus, e fossem estes (Abraão e Isaque) que tivessem ocultado a situação.  Em um sistema jurídico humanista, esses reis não mereceriam ser punidos.  Mas, na visão dos religiosos, que perpetuam o pensamento bárbaro, isso foi justo.

 

Morte dos primogênitos - O Faraó não queria deixar o povo de Israel sair de seu país.  Todos os filhos primogênitos, mesmo dos pobres egípcios que nada tinham a ver com o caso, pagaram com a vida.  Por incrível que pareça, os religiosos acham que seu deus agiu com justiça!!!

 

Matança de velhos e crianças - A ordem de Yavé, o deus perfeito, justo e bom, era matar homens, mulheres, velhos, crianças, animais das nações que ocupavam as terras prometidas à descendência de Abraão.   Algumas vezes, eles deixavam vivas as mulheres que ainda não tivessem praticado relação sexual e as deixava como propriedades de seus guerreiros.  Outras vezes podia escravizar as pessoas também.   O que dizer disso?!

 

Endurecimento dos corações - E, quando o povo de Israel ia confrontar os inimigos, o deus deles ainda influenciava o sentimento desses inimigos, para que eles fossem mais resistentes, para merecerem os castigos divinos.   Isso é mais ou menos como se você der uma boa dose de cocaína a um indivíduo, deixando-o bem doidão, levando-o a cometer bastantes barbaridades, e depois colocá-lo na prisão ou matá-lo pelo erros que você o induziu a cometer.  Quem seria o criminoso aí?   Ver O CONFUSO CARÁTER DIVINO.

 

Filhos, netos, bisnetos e trinetos - E, quando resolveu diminuir um pouco suas barbaridades, esse deus escreveu para seu povo em uma tábua de pedra que vingaria a "iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração" (Êxodo, 20: 5).  Isso era tão justo como seria fôssemos punir a Laurinha por causa da maldade do Bolsonaro com as galinhas. rs

 

Castigo eterno - Já no cristianismo, a estratégia divina ficou um pouco diferente, ainda muito mais injusta.  Você pode pecar à vontade, sem receber qualquer castigo aqui na Terra.  Mas, depois da morte!!!!!!   Espeeeeeeeere!!!!!   Um lago de fogo o aguarda para queimá-lo eternamente.    Os homens entendem que a pena deve ser na medida da gravidade do crime.  Mas, para o deus do cristianismo, não; qualquer que seja seu pecado, você poderá ser lançado no fogo, não para sofrer por alguns minutos como nas fogueiras da inquisição, mas para padecer uma tortura sem fim. 

 

Os nossos sistemas penais, com todas as suas falhas, punem com rigor o dolo e, com brandura a imprudência e a negligência, até a imperícia. Isso é justiça.  Mas os deuses dos bárbaros não fazem diferença entre uma coisa e outra.  Sentenças como "Qualquer que guardar toda a lei mas tropeçar em um só ponto torna-se culpado de todos" (Tiago, 2: 10) mostram simplesmente que os cristãos ainda não estavam muitos mais civilizados do que os hebreus, e consequentemente o seu deus, que à primeira vista parecia um pouco mais bonzinho, continuava muito primitivo,  e nada bom, mas mais sádico, com pena perpétua.

 

E, depois de todos esses absurdos,  muita gente ainda discorda de José Saramago quando ele diz que "a Bíblia é um catálogo de crueldades e maus costumes"!!!

 

Só mesmo um deus gerado no pensamento de um povo extremamente bárbaro pode ter um sistema de justiça tão desumano como mostrados nas estórias bíblicas acima. 

 

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