ISENÇÃO AOS RICOS E MAIS TRIBUTAÇÃO AOS POBRES

 

Com um financiamento público, todos os candidatos estariam financeiramente em pé de igualdade, valendo a sua capacidade de convencimento.  Com financiamento privado, os que apoiam os especuladores poderosos em detrimento do povo têm muito mais capacidade de propaganda.  E, quando eleito, retribuem aos seus financiadores, e a nação inteira perde muito, mas muito mais do que gastaria com um fundo de financiamento público.

 

Na eleição de 1994, como não havia restrição às doações por empresas, Fernando Henrique Cardoso teve uma campanha milionária que o ajudou a superar Lula.

Logo no início do seu governo, FHC cuidou de retribuir com a Lei nº 9.064, de 20 de junho de 1995, que isentou de imposto de renda  os lucros e dividendos dos acionistas.  Assim, muitos milionários tiveram uma grande isenção de IR, que, segundo informa Marília Campos, resultou em uns cinquenta bilhões a menos nos cofres públicos.

Em contrapartida, FHC deixou de corrigir a base de isenção de IR, e milhões de trabalhadores que eram isentos passaram a pagar imposto de renda, compensando a isenção dada aos ricos.

Em 1998, esses beneficiários engordaram as campanhas para reeleição de FHC, e, em 2003, o governo foi entregue a Lula com um PIB per cápita bem menor do que era quando FHC começou a governar.  Esse PIB per cápita reduzido reflete o aumento da desigualdade: enquanto uns poucos milionários ficaram mais ricos, os pobres ficaram ainda mais pobres.

Recentemente, diante da dedução lógica de que as campanhas políticas alimentadas pelas grandes empresas levam ao poder sempre aqueles que estão dispostos a legislar em prejuízo do povo para favorecer ricos e favorecem muito a corrupção, a sugestão foi acabar com as doações privadas e estabelecer um fundo públicos para haver um equilíbrio.

Imediatamente os defensores do financiamento privado começaram seus ataques e convenceram muita gente de que isso é um absurdo, que já pagamos impostos demais, financiar campanhas políticas seria o maior abuso. 

 

Recentemente, Temer, que estava a serviço do PSDB, o partido daquele que onerou mais os pobres para compensar isenção dada aos ricos, estava diante de duas alternativas para conseguir aumentar a arrecadação de impostos: restabelecer a CPMF ou aumentar os impostos sobre os combustíveis.  Restabelecer a CPMF seria tirar de todos com igualdade. Os que ganham pouco pagariam pouco e os que ganham muito pagariam muito sendo bem proporcional à capacidade de cada um; enquanto o aumento de impostos sobre os combustíveis pesa muito para os pequenos e quase não faz diferença nenhuma para os grandes.  Como o Congresso está cheio de gente que tem muito, o óbvio é que a maioria rejeitou a CPMF e foi aumentado o imposto sobre os combustíveis.

 

Os dois exemplos acima bastam para se ver o quanto é nocivo para a grande maioria se elegerem aqueles que estão comprometidos com o grande capital.

 

Se todos os políticos recebessem para suas campanhas um valor igual proveniente de um fundo público, isso não seria o fim da corrupção, mas reduziria bem a influência dos poderosos sobre os candidatos, evitando esse compromisso de atuar em favor dos milionários em detrimento do povo. 

 

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