O COMBATE À INFLAÇÃO É DOLOROSO

 

O combate à inflação em nosso país sempre tem sido um processo tão doloroso quanto uma dieta severa para reduzir gorduras.  E essa redução é sempre como uma lipoaspiração no povo.  Só perpetuando e agravando a pobreza,  se consegue aqui impedir o aumento exagerado de preços.  Eu às vezes fico imaginando sem saber como deve ser nos países ricos que quase não têm inflação.

 

Não podemos ver qualquer melhora no padrão de vida dos pobres sem ver explodir a inflação.  Aí, o remédio sempre tem sido empobrecer a população para forçar os produtores a não aumentarem os preços.  Reduzindo a capacidade de consumo, os preços param de subir. Por isso, só os governos que empobrecem o povo são elogiados pela grande mídia e aprovados pelos economistas.  

 

Durante o governo Sarney, os salários passaram a ser reajustados mês a mês com base na inflação do mês anterior.  Assim, como o trabalhador mantinha seu poder de consumo, os produtores e o comércio efetuavam novos aumentos nos preços um pouco maior do que o reajuste salarial do mês.  Como resultado, cada mês tinha uma inflação um pouco maior do que a do mês anterior, e chegamos à chamada "hiperinflação".  

 

Passado pelo curto período de Collor e o de Itamar, veio FHC.  Para reduzir a inflação, deixou de recompor as perdas salariais.  Os que vivem do trabalho, a quase totalidade da população foram empobrecendo. Cada mês, a remuneração dava para comprar menos do que no mês anterior, e os mercados já não conseguiam aumentar mais os preços.  Somado a isso, os custos de serviços essenciais ao público continuaram subindo acima da inflação.  Não obstante a queda do poder aquisitivo dos trabalhadores, as mensalidades escolares explodiram; serviços imprescindíveis como água e luz foram aumentados acima da inflação, e as contas de telefone tiveram aumentos estratosféricos.  Segundo um boletim de notícias de 09/04/2001, "desde a implantação do Plano Real, um período em que a inflação oficial não chegou a 100%, as nossas contas telefônicas subiram 344,82%, proporcionando-nos mais esse recorde: a telefonia mais cara do mundo".   O resultado final de tudo isso é que o PIB per cápita brasileiro, que era de aproximadamente 5.000 dólares, caiu até 2002 para 3.728,51 dólares, e a dívida pública, que era de 29,54% do PIB no final de 1994, chegou a 60,38% do PIB em 2002.   Não obstante todo esse empobrecimento e endividamento, ainda estamos ouvindo até hoje elogios a esse governo por ter conseguido controlar a inflação.

 

Às vezes fico pensando por que países como a Alemanha, os países escandinavos e o Japão, que têm os melhores salários, não sofrem aumento de inflação como aqui.  O que será que os agentes econômicos de lá fazem para evitar esse nosso problema insolucionável?

 

Segundo a economista Maria Lúcia Fatorelli, o procedimento brasileiro é errado, e há como combater a inflação de forma diferente e eficiente.  VEJAM.

 

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