COM DEUS NÃO SE BRINCA

José Boy de Vasconcellos

 

Com Deus não se brinca! (Frase muito usada pelos cristãos ameaçando e procurando intimidar os não-crentes.)

 

                   Uma leitura dos livros constantes da bíblia, acompanhada de alguma reflexão, mesmo que perfunctória, tendo em linha de conta o gigantesco progresso da toda ciência moderna, em todos os sentidos e setores, desde a Física, Historiografia, Sociologia, Astronomia, Viagens e Conquistas Espaciais, Direito inclusive as avançadas e sérias pesquisas arqueológicas, é bastante para que se chegue à inevitável ilação de que o furioso, sanguinário e inclemente deus-bíblico não existe, sendo pura e hílare invencionice, engenhosa criação cerebrina dos antigos hebreus, que arranjaram um deus nacional, exclusivamente para protegê-los, uma entidade abstrata, para consumo deles próprios, principalmente para uso dos astutos sacerdotes e maiorais da comunidade hebréia, afim  de aterrorizar o povo e mantê-lo submisso e obediente, ameaçando e atemorizado com os “castigos divinos”, entre os quais o mais comum era a morte. 

               E se assim não fosse, se realmente este Jeová existisse, não se poderia, realmente, “BRINCAR COM ESTE DEUS”, o que seria extremamente perigoso, já que Ele seria mau, severo, draconiano, ciumento, vingativo, egoísta, sádico e bárbaro. Seria um deus que, agindo sem dó e piedade, segundo os relatos bíblicos, matou muita gente, destruiu multidões, com o escopo de assegurar as terras prometidas aos descendentes de seu suposto e dileto amigo Abraão e ainda estaria matando, na sua ilimitada fúria e inexorável ira, até hoje, aqueles que dele discordassem ou que nele não acreditassem, reservando, para estes, o eterno castigo, “post mortem”, das temíveis, dantescas e abrasadoras fornalhas do inferno (castigo máximo), nas quais o bicho não morre e o fogo não se apaga, onde haverá choro e ranger de dentes, como teria dito o deus-Jesus (Mateus, cap.13, vers. 50).

               O Jeová-Deus-Cristão do velho testamento e também o Deus-Jesus do novo testamento seriam deuses crudelíssimos e superlativamente impiedosos, com os quais não se poderia nem pensar em brincar, se realmente existissem, se não fossem simples produto da fantasia do antigo povo hebreu que fez servil cópia e adaptação de outros deuses de outros povos, para montagem de YAVÉ e JESUS.

                Coitados, por exemplo, de Ananias e sua mulher Safira que teriam sido mortos por Deus como drástico e fatal castigo, por não teriam dado o quantia total da venda de seu imóvel para os apóstolos (Atos, cap. 5, vers. 1-14 - Ninguém que esteja em perfeito juízo e sã consciência, mentalmente livre de peias religiosas, acredita num fato inverossímil como este)

               É preciso ter olhos para ver, cabeça para raciocinar, independência intelectual para examinar e pesquisar, diante de tão estarrecedores fatos e flagrantes injustiças descritas nas “escrituras sagradas”, que teriam sido praticadas por Deus, para provar a sua onipotência e apavorar o homem ou ainda por vingança, certo que esta é considerada pela moderna doutrina jurídica e pelo nosso DIREITO como sentimento extremamente TORPE.

               Casos terríveis de extremos “CASTIGOS DIVINOS” podem ser encontrados, “exempli gratia” no episódio do coitado Acã que teve morte horrível (Josué, cap.7, vers. 17 e segs - uma barbaridade sem limites).

                No caso de Coré, só porque pôs em dúvida a liderança de Moisés, o Deus-Judaico-Cristão matou, com requintes de crueldade, não só infeliz Coré, mas também sua mulher e criancinhas seus filhos, bem como todos os seus animais e companheiros (Núm. cap. 16, vers, 20 e segs,). São milhões de casos de demonstrações de incontido furor, vingança e mero despique, por parte de YAVÉ-DEUS CRISTÃO, pelos motivos mais fúteis e banais com o fito de provar e mostrar o seu ilimitado poder (onipotência) sobre todo o universo. Coitados do Coré, mulher e filhinhos, vejamos:

E aconteceu que, acabando ele (Moisés) de falar estas todas estas palavras, a terra debaixo deles (Coré e todos os seus) se fendeu, abrindo sua boca e os tragou com as suas casas, como também todos os homens que pertenciam a Coré e todos os seus bens. Eles e todos os que lhes pertenciam desceram vivos ao abismo: a terra os cobriu, e pereceram no meio da congregação (Números, cap. 16, vers. 31/33).

               Já pensaram em presenciar uma cena chocante e dantesca como esta: a terra abrindo para tragar pessoas, só porque o infeliz Coré queria se rebelar contra a liderança de Moisés e o Jeová-Deus Bíblico estava ansioso para  provar e demonstrar, “coram populo”, o seu infinito poder de manda-chuva universal.

               Segundo as estatísticas levantadas por alguns estudiosos dos textos bíblicos, o Deus-Judaico-Cristão seria um psicopata, matador serial, um alienado, um autêntico sociopata, que teria assassinado 2.270.365 pessoas (dois milhões duzentos e setenta mil, trezentos e sessenta e cinco) pessoas, sem contar os homens, mulheres, criancinhas, e anciãos que teriam morrido com o dilúvio e na destruição de Sodoma e Gomorra.  Neste total também não estão incluídos os primogênitos egípcios que foram mortos em decorrência da décima praga (Êxodo, cap. 12, vers. 12-33) (Se a narrativa bíblica fosse verdadeira). Ele Deus nacional dos hebreus que ditou o mandamento: “Não matarás”.

                Satanás (se existisse) seria muito mais benigno, porque matou, segundo a bíblia, apenas 10 pessoas (filhos de Jó), assim mesmo com o consentimento do deus-bíblico, como conseqüência de uma inusitada aposta entre os dois (deus e o diabo) sobre a fidelidade de Jó ao seu deus.

               Se este deus existisse e fosse realmente um "Deus de Amor", como proclamam os cristãos, não seria tão vingativo, insensível e cruel, matando tanta gente, por motivos evidentemente fúteis e triviais, como no caso do infeliz cidadão hebreu, que estava catando pedaços de lenha, no dia de sábado e só por isto teria sido morto (Números, cap. 15, vers.33-36).

               A insólita “estória” do desditoso Onã deixa evidente a implacabilidade do deus bíblico. Onã deveria cumprir Lei do Levirato, isto é, manter relações sexuais da a viúva de  irmão mais velho, para suscitar descendência a este, que foi morto por Deus, sem deixar filhos. Mas Onã quando praticava o coito com a cunhada, no momento do orgasmo, tirava o pênis de dentro da vagina dela, para que a mesma não se engravidasse. Devido a este curioso procedimento, o deus bíblico matou Onã. (Se o leitor não está acreditando que isto está na bíblia, leia Gênesis, cap. 38, vers. 8-10).

               Outras barbaridade: Deus-Cristão teria feito com que duas ursas matassem, despedaçando quarenta de dois meninos só porque chamaram o profeta Eliseu de careca. Ele devia ser calvo. E os meninos gritavam “sobe calvo”, “in letteris”:

Então (Eliseu) subiu a Betel; e indo ele a caminho, uns rapazinhos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: “ Sobe calvo! Sobe calvo! Virando ele para trás, viu-os e os amaldiçoou em nome do Senhor; então duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois deles” (II Reis, cap. 2, vers.23-24)

               Se este imaginário Deus fosse justo e bondoso, um “deus de amor” não praticaria atos de imensa perversidade e muito menos o TAMANHO GENOCÍDIO, matando de maneira atroz milhares de cananeus, filisteus, amorreus, fereseus, heteus, gebuseus, heveus etc. (Êxodo cap. 23, vers. 23), entre estes mulheres grávidas e criancinhas de colo, velhos doentes (cortando-lhes as cabeças!) e aniquilando até animais a estes pertencentes, queimando os seus cadáveres, sem que estes tivessem praticado qualquer pecado ou mal. Só porque tiveram a falta de sorte de terem nascido na terra prometida ao lendário patriarca Abrão.  

               Segundo o “Livro Sagrado”, Deus teria praticado esta hedionda matança, unicamente para agradar e proteger os judeus, povo escolhido e privilegiado e para entregar a este povo a terra que graciosamente prometeu aos descendentes de seu amigo Abrão! (Confira-se as inomináveis façanhas de Deus no assombroso Livro de Josué, que chegou até a parar o sol e a lua (?), para que os israelitas acabassem de matar, passando ao fio da espada (cortando a cabeça), de todos os amorreus) (cap.10, vers. 12 e segs.).

                Não se assustem os leitores, pois todos estes violentos episódios indicados do livro de gênesis ao apocalipse, todas estas mortes indicadas (reitere-se 2.270.365 - dois milhões duzentos e setenta mil, trezentos e sessenta e cinco - sem levar em conta o extermínio de homens honrados, mulheres, criancinhas e anciãos que teriam morrido com o dilúvio e na destruição de Sodoma e Gomorra e com a mortandade dos primogênitos egípcios), praticadas pelo Deus-Judaico Cristão, não passam de lendas, “contos da Carochinha” ou  mentirosas “estórias” criadas pela mente fértil dos antigos hebreus, objetivando provar que seu deus-nacional seria muito maior e muito mais poderoso do que os outros deuses de outras nações.

               Sim, a bíblia admite a existência de outros deuses, como está escrito em Êxodo, cap.  18, vers. 11, in verbis:

          “Agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses, porque livrou este povo de debaixo da mão dos egípcios, quando agiram arrogantemente contra o povo”.

Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses?” (Êxodo 15, vers. 11)

               Ora, se o Senhor é maior que todos os deuses, logo estes outros deuses também existem, porque, do contrário, o “Senhor” não seria maior que eles. “É de se admirar porque os judeus e cristãos não admitem a existência de outros deuses, quando a bíblia está afirmando a sua existência”.

               Todos estes fatos comentados jamais aconteceram como afirmam, categoricamente, os eruditos e entendidos em estudos bíblicos. São episódios de caráter mitológico e inverdadeiros, semelhantes aos dos outros povos antigos que inventaram grandes e notáveis  façanhas praticadas por seus deuses nacionais e semideuses.

               Vale, finalmente, remarcar que o inexistente YAVÉ ou Jeová- Deus dos Cristãos e a própria figura mitológica de Jesus Cristo e os atos por eles praticados não passam de servil plágio da mitologia egípcia, persa, hindu, cananéia e de outros povos da antiguidade. Para se chegar a esta inevitável conclusão, é bastante um estudo comparativo entre as religiões ancestrais, aliás, trabalho que vem sendo realizado por lúcidas e brilhantes inteligências de nossa época, mostrando que “a bíblia não tem razão”.

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