A chacina da
Candelária, como ficou conhecido este episódio, foi uma chacina que ocorreu na
noite de 23 de julho de 1993, próximo à Igreja da Candelária, localizada no
centro da cidade do Rio de Janeiro. Neste crime, oito jovens foram
assassinados.[1] O caso foi listado pelo portal Brasil Online (BOL, 2015)[2] e
pela Superinteressante (2015) ao lado de outros crimes que "chocaram" o
Brasil.[3]
Chacina
Na noite de 23 de julho de 1993, pouco antes da meia-noite, um Táxi e um
Chevette com placas cobertas pararam em frente à Igreja da Candelária. Em
seguida, os ocupantes atiraram contra dezenas de pessoas, a maioria
adolescentes, que estavam dormindo nas proximidades da Igreja.[4]
Posteriormente, nas investigações, descobriu-se que os autores dos disparos
eram milicianos. Como resultado, seis menores e dois maiores morreram e
várias crianças e adolescentes ficaram feridos.[5] Segundo estudos realizados
por associações ligadas à organização Anistia Internacional, quarenta e quatro
das setenta pessoas que dormiam nas ruas daquela região perderam a vida de forma
violenta. Todas as vítimas eram pobres e negras.[6]
...
A investigação do ato levou até Wagner dos Santos, um dos adolescentes
que sobreviveu, apesar de ter sido atingido por quatro tiros. Santos sofreria um
segundo atentado em 12 de setembro de 1994 na Estação Central do Brasil e a
partir de então, o Ministério Público o colocou no Programa de Proteção a
Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.[7] Seu testemunho foi fundamental no
reconhecimento dos envolvidos. Wagner deixou o país com a ajuda do governo
federal e sofre com sérios problemas de saúde.[6]
No decorrer do processo, foram indiciadas sete pessoas no total: o
ex-Policial Militar Marcus Vinícius Emmanuel Borges, os Policiais
Militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes, o serralheiro Jurandir
Gomes França, Nelson Oliveira dos Santos, Marco Aurélio Dias de
Alcântara e Arlindo Afonso Lisboa Júnior.
Cláudio, Marcelo e Jurandir foram inocentados no processo.
Arlindo ainda não foi julgado pela chacina, tendo sido condenado a dois anos por
ter em seu poder uma das armas do crime.
Os outros três, que já foram condenados, permanecem em liberdade, beneficiadas
por indulto ou em liberdade condicional:[6]
Marcus Vinicius Emmanuel Borges, ex-Policial Militar – foi condenado a 309 anos
de prisão em primeira instância. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento,
foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público
pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300
anos mas permanece em liberdade.
Nelson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da
chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença,
sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado
o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nelson foi condenando
a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de
assassinato, somando uma pena de 45 anos. Nelson Oliveira dos Santos também já
está solto. Atualmente ele está em liberdade condicional por outros crimes,
segundo o Tribunal de Justiça do Rio.[1]
Marco Aurélio Dias de Alcântara – foi condenado a 204 anos de prisão e também
foi liberado da prisão.[1]
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Chacina_da_Candel%C3%A1ria>,
acessado em 23/07/2020.