CALVÍCIE, COMO EVITÁ-LA

Careca nunca mais
Dermatologista ensina a manter os cabelos
Por Ferdinando Martins

 

A calvície é um problema que persegue 50% dos homens antes dos 50 anos. Há pouco tempo, não havia muito que fazer quando os cabelos começavam a cair. Hoje, avanços da medicina fazem com que a alopecia androgenética (como é chamada a calvície cientificamente) possa ser plenamente controlada.

 

O problema em geral atinge o topo da cabeça, começando pela linha da frente dos cabelos, logo acima da testa. As causas são genéticas, mas apesar disso, a calvície pode pular gerações ou aparecer isoladamente em meio a gerações de não-calvos. “Os calvos costumam ser mais sensíveis aos hormônios andrógenos, principalmente à testosterona”, explica o dermatologista Ademir Carvalho Leite Júnior, autor de “Socorro, estou ficando careca!” (MG Editores). “Em algumas pessoas, os folículos pilosos do topo da cabeça sofrem com a ação da testosterona e ficam mais delicados e menos ativos no momento de produzir cabelo”.

 

Além da predisposição genética, outros fatores podem contribuir para a queda de cabelos. Os estresses físicos e psíquicos, regimes alimentares rigorosos, anemia, distúrbios metabólicos ou qualquer redução significativa do peso pode provocar a alopecia. Além disso, o uso de anabolizantes, cigarro e álcool pode agravar o problema.

 

Segundo ele, desde as civilizações antigas a calvície é motivo de preocupação. “Papiros do antigo Egito trazem fórmulas para combater o problema, como a que consistia em pata de cachorro cozida com casco de asno”. Hoje, ninguém precisa testar algo tão repugnante. Desde a década de 40, quando foram realizados os primeiros implantes capilares, as opções de tratamento são variadas.

 

De início, o dermatologista descarta as crendices populares. “Como a calvície é uma questão que mexe com a auto-estima de quem passa pelo problema, muitas situações interessantes acabam fazendo parte da vida dos carecas. São situações cômicas, manias, simpatias, crenças passadas de geração para geração. Leite cita o caso de pessoas que tatuaram o couro cabeludo, colaram cabelo que pegaram na lata de lixo de um salão de beleza ou passaram limão na cabeça. Outras medidas menos radicais também incluem lavar os cabelos com água gelada ou sabão de coco. “Se água gelada ajudasse a prevenir calvície, não haveria carecas no mundo”, explica. Na verdade, a água fria diminui momentaneamente a oleosidade do couro cabeludo, mas não impede que os fios caiam. A crendice do sabão de coco, por sua vez, vem do tempo em que a indústria cosmética não era tão desenvolvida. O dermatologista também descarta fórmulas milagrosas, vendidas por telefone. “Pesquisas sérias mostram que apenas poucos medicamentos e produtos cosméticos são comprovadamente eficazes contra a queda de cabelos”.

 

Como não poderia deixar de ser, o primeiro passo sério e cientificamente comprovado para evitar a calvície é manter uma vida saudável, com boa alimentação e exercícios físicos. Isso garante uma boa nutrição capilar e irrigação do couro cabeludo. A alimentação, por exemplo, deve ser baseada em aminoácidos e proteínas, cobre, ferro, zinco, óleo de linhaça e complexo B.

 

Além disso, é preciso relaxar. “O relaxamento costuma reduzir o efeito de hormônios que provocam a queda de cabelos. É fato comprovado que a evolução da calvície das pessoas que dedicam mais tempo a atividades relaxantes se desacelera”, explica o Dr. Leite.

 

Caso os cabelos já tenham começado a cair, é necessária uma intervenção medicamentosa. Os principais são a finasterida, o minoxidil, o 17-alpha-estradiol e a tretinoína. A finasterida melhora a aparência a partir do sexto mês de uso. Deve ser tomada uma vez ao dia e apresenta poucos efeitos colaterias. Os mais comuns são a diminuição da vontade sexual e do volume da ejaculação, mas a incidência desses problemas é baixíssima. O 17-alpha-estradiol é uma loção que pode ser aplicada diretamente no couro cabeludo e apresenta efeitos em cinco ou seis meses de tratamento. O minoxidil é um vasodilatador que facilita o crescimento do cabelo, sem causa conhecida. A tretinoína estimula o crescimento e o desenvolvimento de células da pele e aumenta a eficácia dos outros medicamentos. Em casos mais graves, os medicamentos podem ser aplicados por médicos diretamente no couro cabeludo. Em último caso, o Dr. Leite recomenda cirurgias para o microimplante de fios.
(Fonte: Mix Brasil)

 

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